Em outubro de 2020, um tribunal constitucional da Polônia decidiu endurecer as leis sobre aborto, que já era uma das mais restritivas da Europa. A decisão levou dezenas de milhares de pessoas às ruas da capital, Varsóvia. No final de janeiro deste ano a decisão se tornou lei: na Polônia, onde a maioria é católica, o aborto agora é ilegal, mesmo em caso de malformações graves do feto.
Na Alemanha, os protestos de Anna Krenz em nome das mulheres polonesas se tornaram ainda mais viscerais. “É minha obrigação, temos que fazer algo a respeito. Não dá para ficar sentada no sofá. É por isso que saímos às ruas, achamos que é importante mostrar solidariedade às mulheres polonesas. Nós também somos polonesas, e a nossa raiva é a mesma! Além disso - o que acontece na Polônia tem influência sobre outros países”, comenta.
Anna Krenz nasceu na Posnânia, oeste da Polônia, e se mudou para Berlim em 2002. Em 2016, a indignação com os planos de mudanças na lei do aborto na Polônia fez com que ela fundasse um coletivo feminista. “Um dos objetivos de nossas ações é que possamos ser a voz das mulheres polonesas no exterior. Não podemos parar de lutar, temos realmente que continuar lutando, porque não se trata apenas do aborto. O que está acontecendo na Polônia envolve muitos outros níveis - o aborto é um deles, e é muito sério. Não podemos parar, porque, a cada dia, mais coisas estão se desintegrando. Acho que a Polônia está ruindo, temos que continuar nas ruas, e nunca desistir.”