Policial que matou jovem negro no Minnesota se demite
14 de abril de 2021A policial que matou o jovem afroamericano Daunte Wright em Brooklyn Center, um subúrbio de Minneapolis, e o chefe dela apresentaram nesta terça-feira (13/04) suas demissões, com efeito imediato.
O chefe, Tim Gannon, disse na segunda-feira que a agente confundiu a pistola com um taser, arma não letal que provoca uma forte descarga elétrica.
Wright, de 20 anos, morreu durante um controle policial, no domingo, após ser alvejado por um único disparo da policial, que foi identificada como Kim Potter, uma veterana que trabalhava havia 26 anos na polícia do estado de Minnesota.
"A agente tinha a intenção de utilizar o seu taser, mas, em vez disso, ela disparou uma única bala" contra Wright, disse Gannon.
Brooklyn Center, palco do incidente, é próxima de Minneapolis, a cidade dos Estados Unidos onde ocorre o julgamento do policial acusado de matar o afroamericano George Floyd.
Na noite passada centenas de pessoas protestaram em Minneapolis, pela terceira noite consecutiva, contra a morte de Wright. O protesto em frente à delegacia de Brooklyn Center começou pacífico, mas logo manifestantes e policiais se enfrentaram.
Os manifestantes lançaram fogos de artifício e objetos contra os policiais, que responderam com explosivos e granadas de gás.
No domingo, a polícia parou o veículo de Wright num controle de trânsito e depois percebeu que ele tinha um mandado de prisão em aberto por não pelos crimes de posse ilegal de arma e por resistir à detenção. Wright não estava armado.
As filmagens do incidente, divulgadas na segunda-feira pela polícia, mostram que, quando um agente algemava Wright fora da viatura, o jovem resistiu e voltou a entrar no veículo. Já com Wright ao volante do carro, e a debater-se com outro policial, Potter avisa em voz alta que vai usar o eletrochoque, mas aponta a pistola. Em seguida ouve-se a agente exclamar "puta merda! Eu atirei nele!".
Nos últimos anos, força policiais de Minnesota estiveram envolvidas em vários incidentes que causaram indignação nos EUA. Além do assassinato de George Floyd em 2020, a ação de forças de segurança de Minneapolis resultou em 2017 na morte de Justine Damond, uma australiana de 40 anos que foi baleada por agentes após ela mesma ter acionado a polícia para relatar barulhos suspeitos ao redor de sua casa.
as (Lusa, AP)