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Política energética divide países europeus

(gh)23 de março de 2006

Egoísmo nacional impede consenso sobre política energética, principal assunto em pauta na reunião de cúpula dos 25 países da União Européia.

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Merkel (c) quer 'campeões europeus de energia'Foto: AP

No início da cúpula dos chefes de Estado e de governo da EU, nesta quinta-feira (23/03), em Bruxelas, persistiam divergências profundas entre as posições dos 25 países do bloco sobre uma política energética comum.

Até mesmo a chanceler federal alemã Angela Merkel, festejada como a estrela da última cúpula, rejeitou o apelo da Comissão Européia para uma atuação conjunta dos países do bloco na questão da energia, inclusive devido à grande dependência da UE de fornecedores como a Rússia.

Uma declaração contra barreiras nacionais a fusões de conglomerados energéticos, proposta do primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, também não recebeu apoio dos 25 países. Berlusconi está irritado com a tentativa da França de impedir a compra da Suez pela Enel (italiana).

Mesmo que a Alemanha não apóie a iniciativa italiana, Merkel disse que é contra o protecionismo energético. "Deve ser possível formar campeões europeus nesse setor", argumentou, num encontro com líderes políticos cristãos em Bruxelas. "As redes de energia são o sistema vascular das nações industrializadas", comparou.

Também o premiê luxemburguês Jean-Claude Juncker atacou o "patriotismo francês", advertindo que ele não tem futuro. "É preciso haver uma política externa européia na questão energética", sugeriu.

Mais empregos e dinheiro para educação e pesquisa

EU Gipfel in Brüssel
Schüssel (d) quer mais recursos para educação e pesquisaFoto: AP

Um outro tema central do encontro são os esforços para gerar mais crescimento econômico e empregos na UE. De acordo com estimativas de Wolfgang Schüssel, chefe de governo da Áustria (que exerce a presidência rotativa da UE), se os países-membros elevassem de 2 para 3% do PIB seus investimentos em educação e pesquisa, poderiam ser gerados dois milhões de novos empregos por ano. Caso a cúpula aprove essa proposta, serão liberados recursos adicionais de 100 bilhões de euros.

O empresariado alemão pede aos chefes de Estado e de governo europeus que abram caminho para a implementação da polêmica diretiva sobre o mercado único de serviços.

"Mas ainda precisam ser eliminadas certas deficiências do acordo, como o risco de aumentar a burocracia", disse o presidente da Confederação dos Empresários da Alemanha, Dieter Hundt, em Berlim. A abertura do mercado de serviços também geraria mais empregos na Alemanha e na UE, acrescentou.

Para a noite desta quinta-feira estavam previstos na pauta da cúpula da UE ainda discussões sobre as eleições em Belarus, o envio de uma missão militar ao Congo e a situação no Oriente Médio.