Polícia acha cabeça de jornalista sueca
7 de outubro de 2017A polícia dinamarquesa anunciou neste sábado (07/10) que encontrou na baia de Koge, no sul de Copenhague, a cabeça e pernas da jornalista sueca Kim Wall, desaparecida em agosto, após ter sido vista pela última vez a bordo de um submarino privado.
Na sexta-feira, mergulhadores da Marinha da Dinamarca encontraram um saco com roupas da jornalista e uma faca e outro contendo a cabeça e as pernas dela. Ambos continham pedaços de metal, possivelmente para facilitar que afundassem.
O chefe da investigação, Jens Moller Jensen, informou não haver fraturas no crânio e que outras partes do corpo apresentam ferimentos menores. A causa da morte não foi esclarecida.
O torso de Kim Wall apareceu flutuando no Báltico em 21 de agosto, quase duas semanas depois de ela ter sido vista pela última vez a bordo do Nautilus, o submarino de fabricação caseira em que tinha embarcado para entrevistar o inventor Peter Madsen.
O inventor afirma que Wall morreu acidentalmente no submarino, depois que a tampa da escotilha caiu na cabeça da repórter. Ele disse ainda que, depois de navegar sem rumo por várias horas e pensar em suicídio, jogou o cadáver para fora da embarcação, inteiro e com todas as roupas.
Madsen, conhecido pelos seus projetos de submarinos, está em prisão preventiva, acusado de homicídio e profanação de cadáver.
A investigação policial concluiu que o corpo foi cortado intencionalmente, e que o torso trazia presos tubos metálicos e tinha cortes, possivelmente produzidos para facilitar a saída de gases do seu interior e evitar que viesse à superfície.
A hipótese com que as autoridades trabalham é que, nas quatro horas em que o submarino esteve submerso no Báltico na noite do crime, Madsen desmembrou o corpo e se desfez dele.
Investigadores acreditam que Madsen matou Wall em ato envolvendo fantasias sexuais. No começo da semana, o promotor Jakob Buch-Jepsen afirmou em uma audiência em tribunal que um disco rígido foi encontrado na oficina de Madsen, contendo filmes de fetiche em que mulheres são torturadas, decapitadas e queimadas. Madisen insiste que o material não pertence a ele, alegando que muitas pessoas têm acesso a sua oficina.
A jornalista Kim Wall, de 30 anos, vivia em Nova York e na China e colaborava para jornais como o britânico The Guardian e o americano The New York Times. Na ocasião em que desapareceu, ela estava pesquisando para uma reportagem sobre Peter Madsen, inventor considerado excêntrico e famoso na Dinamarca.
Madsen já conseguiu lançar foguetes com sucesso, em um projeto visando desenvolver viagens espaciais privadas. Seu submarino Nautilus, inaugurado em 2008, era o maior submarino privado já construído na época em que ele construiu o veículo, com ajuda de um grupo de voluntários.
MD/lusa/dpa/afp/efe