Piora clima econômico na América Latina
12 de fevereiro de 2015Piorou o clima econômico da América Latina entre outubro passado e janeiro deste ano, segundo estudo divulgada nesta quinta-feira (12/02) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). A queda na sondagem é resultado tanto de avaliações sobre o estado atual dos negócios quanto das expectativas em relação aos próximos meses.
Segundo o levantamento, a queda no Indicador de Clima Econômico da América Latina (ICE) foi de 6,3% nos últimos quatro meses – de 80 para 75 pontos. O Indicador da Situação Atual (ISA) caiu 9,4% no mesmo período, e o Indicador de Expectativas (IE) diminuiu 4,2%.
"Todos os indicadores se encontram na zona desfavorável do ciclo, e a piora generalizada sinaliza avanço na deterioração do clima econômico", avaliou a FGV.
O Índice de Clima Econômico (ICE) varia de zero a 140 e, de acordo com a metodologia da pesquisa, países com indicadores acima de 100 pontos estão na zona favorável e abaixo de 100, na zona desfavorável.
Pela quarta vez consecutiva, o Brasil ocupa o décimo lugar no ranking do ICE, que é liderado pelo Peru (131 pontos), seguido pelo Paraguai (127). Os dados mostram que os índices brasileiros do ISA e o IE em janeiro deste ano ficaram iguais aos de outubro de 2014 – 30 e 84 pontos, respectivamente.
Para a FGV, a manutenção dos índices reflete a expectativa da entrada em vigor de medidas anunciadas pelo governo federal.
"Pela Sondagem Econômica da América Latina Ifo/FGV, os especialistas parecem estar esperando que as medidas de ajuste macroeconômico prometidas entrem em operação. Além disso, perspectivas de alta da inflação, baixo crescimento e problemas no abastecimento de água e energia não ajudam na melhora das expectativas do país", conclui o estudo.
O clima econômico melhorou em Argentina, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai, sendo que apenas Paraguai e Peru ficaram na zona favorável, acima de 100. Bolívia, Colômbia, Equador e México registraram queda no ICE.
A Sondagem Econômica da América Latina é usada para monitorar a situação nos países e antecipar tendências, com base em análises feitas por especialistas nas economias dos países a cada três meses.
MSB/abr/lusa