PF deve trocar diretor responsável por investigar políticos
3 de março de 2022A Diretoria de Combate ao Crime Organizado e à Corrupção (Dicor) da Polícia Federal (PF) deve passar por mais uma mudança de comando, a quarta desde que o presidente Jair Bolsonaro (PL) assumiu o governo.
A Dicor é responsável pelas investigações de políticos e de suspeitos de integrar o crime organizado. Políticos que exercem cargos com foro privilegiado, a exemplo do presidente da República, são investigados por essa divisão da PF.
Um dos inquéritos que tramita na Coordenação de Inquéritos dos Tribunais Superiores (Cinq), ligada à Dicor, é o que investiga a suposta interferência de Bolsonaro no comando da PF, a fim de proteger familiares e aliados – suspeita levantada pelo ex-ministro da Justiça e pré-candidato à presidência, Sergio Moro.
Novo diretor-geral
O novo diretor-geral da PF, Márcio Nunes de Oliveira, nomeado ao cargo na semana passada, teria passado a quarta-feira (03/03) reunido com diretores da PF e lhes informado sobre as substituições, segundo o jornal O Globo.
O delegado que deve ser substituído na Dicor é Luís Flávio Zampronha, que está no cargo desde abril de 2021 e, no passado, destacou-se pelas investigações de corrupção no caso do mensalão.
No seu lugar, deve assumir o atual superintendente da PF no Ceará, Rodrigo Pellim, que ingressou na polícia em 2003 e passou por diferentes postos de chefia, como no Amazonas, onde atuou no combate ao crime organizado, e no Mato Grosso do Sul, onde trabalhou na repressão ao tráfico de drogas e armas. Ele foi também superintendente em Rondônia e no Rio Grande do Norte.
Além da Dicor, outras três diretorias também podem sofrer alterações, segundo o jornal Folha de São Paulo: Inteligência, Técnico-Científica e Gestão e Pessoal.
Na Inteligência, setor estratégico por atuar no combate a ataques de hackers a instituições, com o Superior Tribunal Federal, Rodrigo Carneiro Gomes deve ser substituído por Alessandro Moretti, que é o atual diretor da Tecnologia e Informação.
Segundo a Folha de São Paulo, as prisões realizadas pela PF relacionadas a casos de corrupção despencaram no ano passado. Em 2021, foram 164 detenções nessa área, redução de 60% em comparação às 411 ocorridas em 2020.
gb/bl (ots)