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Conferência de Bonn

15 de agosto de 2009

Conferência preparatória para cúpula de Copenhague em Bonn não concretizou as vagas metas climáticas anunciadas pelos países industrializados, acusados de inviabilizar a urgente reversão do aumento da temperatura global.

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Aliança de insulares e dos mais pobres cobra metas mais ambiciosas para prevenir aquecimento globalFoto: AP

A terceira conferência realizada pelas Nações Unidas, em Bonn, como etapa preparatória para a cúpula do clima de Copenhague se encerrou com uma estagnação das negociações.

Durante o evento de cinco dias, as nações industrializadas, as emergentes – como China e Índia – e os países em desenvolvimento nem chegaram perto de um consenso. Os participantes da conferência tampouco conseguiram sintetizar o abrangente esboço de 200 páginas para um acordo internacional sobre o clima a suceder o Protocolo de Kyoto.

O ponto mais controverso continua sendo a redução da emissão dos gases causadores do efeito-estufa. A China e a Índia se recusam a assumir qualquer compromisso nesse sentido até que as nações industrializadas se disponham a fixar metas mais ambiciosas.

Adiamento de um acordo poderá ocasionar "desastre global"

Segundo cálculos das Nações Unidas e de organizações ambientais, a oferta dos países industrializados de reduzir as emissões de CO2 de 13% a 20% até 2010, em comparação com os valores registrados em 1990, fica bem aquém das expectativas. A fim de impedir o aumento da temperatura do planeta em 2ºC até o fim do século, seria necessária uma redução de 25% a 40%.

Organizações ambientais criticaram a conferência de cinco dias realizada em Bonn, argumentando que as negociações não concretizaram as vagas promessas anunciadas na última cúpula do G8. Declarações de intenção não substituem um acordo com validade jurídica, criticou a ONG ambientalista Germanwatch.

Yvo de Boer, chefe do Secretariado de Mudança Climática da ONU, fez um apelo para que os governos aproveitem as próximas conferências preliminares como chance de impulsionar as negociações em nível governamental. "Sem um acordo em Copenhague, a mudança do clima poderá escapar ao controle", advertiu, acrescentando que seu adiamento conduziria a um desastre global.

Países insulares exigem maior contenção de emissões

Antes da conferência de Bonn, os países do G8 – entre os quais os EUA – haviam anunciado que se empenhariam em evitar que o aumento da temperatura do planeta ultrapasse 2ºC até o fim do século.

Dürre in Spanien
Seca na EspanhaFoto: AP

No entanto, durante os cinco dias de negociações, propagou-se um pessimismo generalizado. Sobretudo os países em desenvolvimento aguardam dos industrializados metas mais ambiciosas para atenuar o impacto da mudança climática.

Para as nações mais urgentemente ameaçadas pela mudança do clima, a meta de 2ºC já é insuficiente, pois esse aumento de temperatura já tornará muitas ilhas e regiões costeiras inabitáveis. É por isso que os Estados insulares exigem um limite máximo de 1,5% de elevação da temperatura global até 2050.

Isso levou aproximadamente 80 países a criar uma nova aliança. A ameaça de desestabilização social e política pelas permanentes secas e o risco de desaparecimento de regiões costeiras e insulares em decorrência da elevação do nível do mar são as maiores preocupações desses países, que pretendem pressionar a comunidade internacional a limites mais rigorosos de emissão de CO2.

A fim de impedir que a temperatura do planeta aumente mais de 1,5ºC, os países industrializados teriam que reduzir em 45% as emissões de CO2 até 2020, em comparação com os valores registrados em 1990.

Etapas até Copenhague

As duas próximas conferências preparatórias deverão ser realizadas respectivamente em Bangkok, no final de setembro, e em Barcelona, em novembro.

Em 22 de setembro, paralelamente à assembleia geral da ONU em Nova York, os chefes de Estado e de governo deverão buscar soluções para viabilizar o êxito da cúpula de Copenhague.

O encontro na capital dinamarquesa, marcado para dezembro, deverá criar as bases para um novo acordo sobre o clima, após a expiração do Protocolo de Kyoto, em 2012.

SL/dpa/rtrd

Revisão: Rodrigo Rimon