Parlamento aprova governo de unidade em Israel
7 de maio de 2020O Knesset (Parlamento de Israel) aprovou nesta quinta-feira (07/05) a formação de um governo de unidade, pondo fim à mais longa crise política da história de Israel. Depois de três eleições sem maioria clara e um impasse que já durava um ano, o governo de unidade entre o primeiro-ministro em exercício, Benjamin Netanyahu, e o seu rival Benny Gantz recebeu o apoio de 71 dos 120 deputados, e 37 votaram contra.
O resultado era esperado, pois o direitista Likud, de Netanyahu, e a coligação centrista Azul e Branco, de Ganz, e os aliados de ambos dispõem de maioria no Knesset.
Porém, os deputados também aprovaram emendas constitucionais que obrigam Netanyahu a dividir o poder com Gantz: eles irão se alternar no cargo de primeiro-ministro.
O acordo de coalizão prevê que Netanyahu seja premiê por 18 meses. Em outubro de 2021, ele deverá ceder o cargo para ex-chefe do Estado Maior das Forças Armadas. Ambos serão empossados na mesma cerimônia, na próxima quarta-feira.
Na noite desta quarta-feira, o Supremo Tribunal de Israel, ao qual recorreram diferentes organizações com dúvidas sobre a legalidade do acordo, finalmente deu luz verde ao pacto, sem, no entanto, ilibar Netanyahu, acusado em três diferentes casos de corrupção e cujo julgamento foi adiado devido à pandemia do novo coronavírus.
"Não encontramos qualquer razão legal que impeça o primeiro-ministro Netanyahu de formar um governo, mas essa conclusão não diminui em nada a gravidade das acusações contra o primeiro-ministro Netanyahu", afirmaram os juízes. O julgamento deverá começar ainda em maio.
O premiê em exercício nega as acusações. Ele apenas terá que renunciar se for considerado culpado ao fim do processo.
Netanyahu e Ganz apresentarão o seu governo na próxima quarta-feira. As pastas serão partilhadas equitativamente entre os dois campos.
O próximo governo tem como principais tarefas gerenciar o fim do confinamento imposto devido ao novo coronavírus e levantar a economia de Israel, afetada pela pandemia. Também terá de decidir sobre o projeto de anexação de partes da Cisjordânia ocupada.
A crise ligada à pandemia da covid-19, que já infectou 16 mil pessoas em Israel, 239 das quais morreram, e fez subir o desemprego de 3,4% para 27%, foi a razão apontada por Gantz para mudar de posição e aceitar formar um governo de união com Netanyahu.
A decisão causou revolta em alguns setores do partido de Gantz, e dois aliados o acusaram de se render ao seu rival de longa data.
AS/afp/lusa/dpa
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