Panamá vai multar imigrantes a caminho dos EUA
1 de novembro de 2024O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, anunciou nesta quinta-feira (31/10) que punirá com multa de até 5 mil dólares (R$ 29,1 mil) imigrantes irregulares a caminho dos Estados Unidos.
O país da América Central é rota obrigatória para quem sai da América do Sul por terra rumo aos EUA. O trajeto atravessa a perigosa selva de Darién, que liga a Colômbia ao Panamá. Por ali passaram só em 2023 mais de 520 mil imigrantes ilegais. Mais da metade eram venezuelanos, mas há também colombianos, equatorianos, haitianos, chineses e até mesmo brasileiros.
A multa, segundo Mulino, vale para todos que entrarem no país "violando os postos de controle migratório terrestres, aéreos ou marítimos", e vai variar entre 1 mil e 5 mil dólares, a depender da "gravidade da infração".
Na semana passada, numa tentativa de conter o fluxo de pessoas que chegam pela selva de Darién, o governo panamenho publicou um decreto que eleva as multas a imigrantes. Pelo texto, quem não pagar a multa não poderá sair do país e, caso não tenha condições de quitar a dívida, será deportado.
Travessia perigosa
A travessia da selva de Darién é repleta de perigos: além dos rios caudalosos e animais selvagens, os imigrantes também estão expostos à ação de grupos criminosos.
Alguns dos que conseguem atravessá-la chegam feridos e sem dinheiro aos postos de controle panamenhos, antes de continuar até a fronteira com a Costa Rica.
Até agora neste ano, mais de 280 mil pessoas chegaram ao Panamá por Darién, segundo dados do governo – 37% a menos que no mesmo período de 2023.
O governo panamenho lançou um programa, financiado pelos EUA, para deportar esses imigrantes. A imigração é um dos principais temas da campanha da eleição americana, na próxima terça-feira (05/11).
Até agora, mais de mil imigrantes foram deportados sob o plano – que não vale para venezuelanos, já que Caracas proibiu aeronaves panamenhas em seu território, em resposta aos questionamentos do Panamá à reeleição controversa de Nicolás Maduro.
ra (AFP, ots)