Paisagens flamengas sobre fundo industrial
23 de agosto de 2003Em plena região industrial do Rio Ruhr, na Alemanha, uma instituição cultural comemora meio século de existência com uma fascinante exposição. A Villa Hügel é a antiga mansão da dinastia da indústria metalúrgica Krupp na cidade de Essen. Desde sua transformação, em 10 de maio de 1953, num dos maiores centros culturais da Europa, já foram realizadas lá 48 exposições de arte.
Nestes 50 anos, 5,5 milhões de visitantes passaram por seus salões. Já a primeira mostra, dedicada aos tesouros artísticos dos museus, igrejas e particulares de Essen, atraiu 400 mil pessoas. A maioria, admita-se, interessada sobretudo em conhecer a mansão Krupp. O prédio data de 1873 e foi reformado várias vezes, até abrigar a Comissão de Controle do Carvão Mineral, após a Segunda Guerra Mundial.
Em 1952 a vila voltou às mãos da família Krupp von Bohlen und Halbach. Por iniciativa do último proprietário da firma, ela foi transformada pouco depois na entidade de utilidade pública Villa Hügel.
Homenagem aos mestres flamengos
O recorde de freqüência a uma exposição do centro cultural cabe a Faraós-Deuses, de 1978, com 485 mil visitantes. O Barroco em Dresden, atraiu 334 mil em 1986. Organizar a mostra com objetos daquela cidade do Leste alemão, em plena Guerra Fria, foi uma aventura, relembra Paul Vogt, da Fundação Cultural Ruhr. Atualmente a casa goza de renome internacional.
Uma prova disso é que mais da metade dos 120 mil visitantes da exposição Sentido e sensualidade – a natureza morta flamenga, realizada no ano passado, não vinha da região do Ruhr. A segunda parte dessa homenagem aos mestres de Flandres poderá ser vista a partir de 23 de agosto, sob o título Cidade, campo, rio.
Entre os paisagistas que viveram de 1520 a 1700, representados na mostra, estão Brueghel, o Velho e Pieter Pauwel Rubens. As 110 obras expostas provêm do Museu do Prado, em Madri, da National Gallery londrina e da Alte Pinakothek de Munique, entre outras.
Cidade, campo, rio – a paisagem flamenga de 1520 a 1700 pode ser vista até 30 de novembro.