1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Otan nunca esteve tão unida, diz Biden em visita à Europa

24 de março de 2022

Presidente americano defende exclusão da Rússia do G20 e anuncia bilhões de dólares em ajuda à Ucrânia. Biden está em Bruxelas para cúpulas do G7, da Otan e da União Europeia.

https://p.dw.com/p/490TM
Biden sentado. Em frente, uma placa diz "Unites States".
Em reunião da Otan, Biden pediu que países continuassem unidosFoto: DOUG MILLS/AFP/Getty Images

Em visita à Europa, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta quinta-feira (24/03) que a Otan "nunca esteve tão unida" como atualmente e apelou aos aliados para manterem a pressão sobre a Rússia, sustentando que essa é a única maneira de conter o presidente russo, Vladimir Putin.

"Putin contava com uma divisão na Otan. Durante nossa conversa, no início de dezembro, fiquei convencido de que ele achava que nós não iríamos conseguir manter a coesão. A Otan nunca, nunca esteve tão unida como está hoje. Putin está obtendo exatamente o contrário daquilo que pretendia", afirmou Biden.

O presidente americano fez a declaração numa coletiva de imprensa em Bruxelas, depois de ter participado de cúpulas de líderes da Otan e do G7. À noite, estavam previstos encontro e jantar com líderes da União Europeia (UE).

Biden frisou que já sabia que as sanções não iriam "dissuadir Putin", mas sublinhou que a "manutenção das sanções aumentará a dor", e a demonstração de união entre os aliados irá influenciar o comportamento do presidente russo.

"A razão pela qual pedi esta cúpula foi para me assegurar que, passado um mês, iremos continuar a manter o que temos feito: não apenas este mês, não apenas no próximo mês, mas durante todo o ano. É isso que irá pará-lo [Putin]", disse. 

Reiterando a necessidade de união entre os Estados-membros da Otan num futuro próximo, Biden considerou que, "se a Europa ceder em um mês, seis semanas ou dois meses", o Kremlin não se importará com "qualquer nome" que seja adicionado à lista de sanções. 

"Temos de nos manter completamente, totalmente unidos", reforçou. 

Durante a fala, Biden também anunciou mais de 2 bilhões de dólares em ajuda militar à Ucrânia e 1 bilhão de dólares em assistência aos ucranianos afetados pela guerra.

Em relação às negociações diplomáticas em andamento entre a Ucrânia e a Rússia, o presidente americano disse que cabia a Kiev determinar se gostaria ou não de ceder território.

Joe Biden de pé, conversando com Ursula von der Leyen, Olaf Scholz, Justin Trudeau e Fumio Kishida
Biden conversa com os líderes de Alemanha, Canadá, Japão e União EuropeiaFoto: Sean Kilpatrick/AP/picture alliance

Exclusão da Rússia do G20

Biden também alertou para a ameaça de uso de armas químicas e disse que a Rússia deveria ser excluída do G20 – e, caso isso não fosse possível, a Ucrânia deveria ser inserida ao grupo como país observador.

A Rússia confirmou nesta quarta-feira a intenção do presidente russo, Vladimir Putin, de participar da cúpula do G20 na Indonésia ainda neste ano e, por enquanto, o país anfitrião manteve seu convite ao líder, apesar da invasão na Ucrânia.

Biden também abordou o possível envolvimento da China na invasão russa. Ele afirmou que disse ao presidente chinês, Xi Jinping, que Pequim enfrentará consequências se ajudar Moscou durante o ataque em andamento.

"Não fiz ameaças, mas deixei claro para ele. Certifiquei-me de que ele entendesse as consequências de ajudar a Rússia", disse Biden sobre sua recente conversa com Xi. "A China entende que seu futuro econômico está muito mais ligado ao Ocidente do que à Rússia", complementou.

Sobre o possível uso de armas químicas pela Rússia, Biden disse que isso provocaria uma reação dos países ocidentais, que será decidida no momento apropriado. "Nossa resposta seria proporcional", enfatizou.

A Casa Branca vem afirmando há semanas que a Rússia poderia estar preparando um ataque com armas químicas ou biológicas na Ucrânia, em uma estratégia que incluiria a fabricação de um pretexto falso para o ataque. 

Cúpula da Otan 

Também nesta quinta-feira, líderes de países da Otan reunidos em Bruxelas decidiram reforçar as capacidades de defesa da aliança militar, diante da invasão russa na Ucrânia, que não dá sinais de se aproximar de um fim.

Uma das medidas anunciadas após a reunião foi a de estabelecer quatro novos batalhões da Otan no Leste Europeu, compostos por militares de diversos países da aliança, que ficarão estacionados na Bulgária, na Hungria, na Romênia e na Eslováquia.

Esses batalhões se somarão a outros quatro já em atividade no Leste Europeu, na Polônia, na Estônia, na Letônia e na Lituânia.

Os líderes emitiram uma declaração conjunta condenando a invasão russa na Ucrânia, dizendo que ela havia "abalado a paz na Europa". 

A medida já havia sido antecipada na quarta pelo secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg, e foi confirmada nesta quinta. Ele também informou que a Otan ativou seus mecanismos de defesa química e nuclear, e enviará para a Ucrânia equipamentos para o país se proteger contra ameaças biológicas, químicas, radiológicas e nucleares.

le/ek (Lusa, ARD, Efe, ots)