Oposição russa faz passeata contra Putin em Berlim
17 de novembro de 2024Cerca de duas mil pessoas, entre as quais proeminentes figuras das oposição russa que vivem no exílio, participaram de uma marcha em Berlim neste domingo (17/11) que pediu o fim da guerra na Ucrânia e a queda do presidente russo, Vladimir Putin.
Entre os líderes da passeata estavam Yulia Navalnya, viúva do opositor de Putin Alexei Navalny, e Vladimir Kara-Murza e Ilya Yashin, que estavam detidos na Rússia e foram libertados em uma troca de prisioneiros em 1º de agosto.
Os manifestantes carregavam cartazes com mensagens como "vitória na Ucrânia", "queda de Putin" e "liberdade para a Rússia", e a passeata tinha à frente uma grande faixa vermelha com os dizeres, em inglês: "Sem Putin. Sem guerra".
"É uma tentativa de galvanizar os russos que vivem fora da Rússia, muitos deles aqui em Berlim e em toda a Alemanha, que estão querendo expressar sua oposição a Putin e sua esperança de um fim para a guerra", disse Simon Young, da DW, ao vivo do local. A polícia estimou que 1.800 pessoas participaram do ato.
A Alemanha abriga cerca de 235 mil cidadãos russos, de acordo com o escritório federal de estatísticas, além de milhões de alemães étnicos que emigraram do Leste Europeu e pessoas de ascendência russa que possuem cidadania alemã.
O protesto começou na Potsdamer Platz por volta das 14h (horário local), seguiu pela Friedrichstraße – onde ficava o posto da passagem Checkpoint Charlie entre Berlim Oriental e Ocidental a Guerra Fria e que abriga a Casa Russa, descrita por Moscou como sua "embaixada cultural" em Berlim – e terminou próximo à embaixada da Rússia, na famosa avenida Unter den Linden.
Quem eram os líderes da passeata
Yulia Navalnaya está no centro das atenções da oposição russa desde a morte de seu marido, Alexei Navalny, em um campo de prisioneiros na Sibéria, em fevereiro. Ela tem dito que espera assumir um papel de liderança na oposição russa no exterior.
Vladimir Kara-Murza era um protegido do líder da oposição assassinado Boris Nemtsov e diretor da ONG Open Russia, agora banida, fundada pelo político exilado e magnata dos negócios Mikhail Khodorkovsky. Sobrevivente de supostas tentativas de envenenamento no passado, assim como Navalny, Kara-Murza foi preso em meio a uma série de acusações baseadas em declarações contrárias à invasão da Ucrânia em 2022.
Ilya Yashin costumava liderar o Partido da Liberdade do Povo (PARNAS) da oposição na Rússia e também foi preso logo após a invasão da Ucrânia, condenado pela acusação de desacreditar os militares do país ao criticar as mortes de civis ucranianos em Bucha, nos arredores de Kiev.
bl/cn(AFP, dpa, Reuters)