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Catástrofe

ONU vai vacinar contra a cólera em Moçambique

29 de março de 2019

Cidade da Beira, mais atingida pelo Idai, já tem 139 casos da doença. Passagem do ciclone matou quase 500 pessoas no país do sul da África. Brasil envia ajuda humanitária e equipe de resgate.

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Pessoas caminham em área alagada perto da Beira, em 22 de marçoFoto: Reuters/S. Sibeko

As Nações Unidas darão início na próxima quarta-feira (03/04), em Moçambique, a um programa de vacinação oral contra a cólera, de 900 mil unidades, afirmou o coordenador adjunto da assistência ao país africano, Sebastian Rhodes Stampa.

Segundo o coordenador, baseado na Beira, cada vacina reforça a imunidade de uma pessoa contra a cólera por três meses. O programa vai continuar, passados três meses, com mais vacinas, o que reduz os riscos de contágio.

O número de casos de cólera na Beira, capital da província moçambicana de Sofala, devastada pelo ciclone Idai, subiu para 139, disse nesta quinta-feira o diretor nacional de Saúde de Moçambique, Ussein Isse.

A passagem do ciclone Idai deixou a cidade da Beira sem água potável. Há três dias que o abastecimento de água nas torneiras e por caminhões voltou a funcionar. O governo apelou à população para que não consuma água sem ferver, recomendando também a compra de água mineral e o uso de produtos químicos ou filtros mecânicos para purificar a água.

Vinte bombeiros da equipe de busca e salvamentos da Força Nacional de Segurança Pública brasileira e mais 20 militares mineiros que trabalharam no resgate das vítimas do rompimento da barragem de Brumadinho viajam ainda nesta sexta-feira para Moçambique. A previsão é que, no mais tardar na segunda-feira, as equipes brasileiras comecem a atuar no resgate às vítimas do ciclone. A ajuda humanitária atende a pedido feito pelo presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, ao presidente Jair Bolsonaro.

Ao menos 493 pessoas morreram em Moçambique após a passagem do ciclone Idai, há duas semanas, e das cheias que se seguiram. O balanço mais recente das autoridades afirma ainda que há 1.523 feridos e que 839.748 pessoas foram afetadas pelo desastre natural de 14 de março.

Além de provocar ao menos 786 mortos em Moçambique, no Zimbabué e no Malawi, a passagem do ciclone Idai nesses países afetou 2,9 milhões de pessoas, segundo dados das agências das Nações Unidas.

AS/lusa/abr/dw

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