Ole Könnecke e a escrita para crianças
22 de agosto de 2013Nascido em 1961 na cidade alemã de Göttingen, Ole Könnecke é conhecido das crianças alemãs. Com traço delicado nos desenhos e uma preocupação didática e até política, mesmo quando lida com os pequenos adultos o autor foi várias vezes premiado, como por seu trabalho Wie ich Papa die Angst vor Fremden nahm (Como eu tirei o medo que papai tinha de estranhos), com texto de Rafik Schami.
Sua personagem mais conhecida talvez seja o pequeno Anton, justamente o que chega agora à vida das crianças brasileiras, apresentado na Europa em livros como Anton kann zaubern (Anton sabe fazer mágica), premiado na Holanda como "Livro infantil do Ano" em 2008, ou Anton und die Blätter (Anton e as folhas), que ganhou no mesmo ano o prêmio de literatura infantil do estado alemão da Renânia do Norte-Vestfália.
Outros volumes com a personagem são Anton und der grosse Streit (Anton e a grande briga), Anton und seine Freunde (Anton e seus amigos), e Anton und die Spielverderber (Anton e os estraga-prazeres). No Brasil, sai agora pela Martins Fontes o volume Anton e as meninas, com tradução de Monica Stahel. As crianças brasileiras já conheciam Vai, você consegue!, lançado pela Brinque Books em 2010, com tradução de José Feres Sabino.
O resenhista Andreas Helfer descreveu e elogiou o trabalho de Könnecke no jornal Rhein-Sieg-Anzeiger, dizendo que "com poucos e exatos traços ele consegue criar atmosferas e expressividade nos rostos. Seu humor é fino e vale a pena observar com atenção os desenhos. Os livros de Ole Könnecke mostram, de forma convincente, que bons livros são mais que simples didática e entretenimento para crianças pequenas."
Seu trabalho visual e gráfico já recebeu também retrospectivas. Em uma entrevista durante uma exposição de seus desenhos na International Judendbibliothek (Biblioteca Juvenil Internacional), Ole Könnecke diz não ter preferência por qualquer de seus personagens, sentindo que algo de si vive em cada um deles.
Literatura infantil e contexto nacional
Num mundo globalizado, as referências de fábulas e histórias infantis começam a ter novamente rumos comuns. Crianças de várias culturas conhecem histórias como as fábulas de Esopo, e outras, vindo de folclores nacionais específicos, ganharam conhecimento global, ou ao menos ocidental, em desenhos da Disney. Poderíamos pensar em fábulas como a de João e Maria, ou Hänsel und Gretel na Alemanha, no Chapeuzinho Vermelho, João e o Pé de Feijão e tantas outras.
O exemplo mais global hoje está no trabalho de J. K. Rowling e sua série Harry Potter, que se tornou fenômeno mundial ainda em livro, antes de chegar às telas.
As personagens de Ole Könnecke, como Anton e Lola, vestem roupa brasileira e podem acompanhar agora à escola e ao parque de diversões personagens como Mônica, de Maurício de Sousa, ou o Menino Maluquinho, de Ziraldo, que há tempos já têm como colegas no Brasil crianças como o americano Charlie Brown.