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Olaf Scholz é nomeado candidato à reeleição na Alemanha

25 de novembro de 2024

Atual chanceler foi escolhido por unanimidade pela direção do Partido Social Democrata para disputar eleições antecipadas de 23 de fevereiro. Sigla está em baixa nas pesquisas, atrás de conservadores e ultradireitistas.

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Scholz fala segurando microfone, com logomarca do SPD ao fundo
Apesar de estar em baixa nas pesquisas, Scholz disse que "potencial de voto" do seu partido é elevadoFoto: Annegret Hilse/REUTERS

A direção do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) anunciou nesta segunda-feira (25/11) ter escolhido por unanimidade entre seus 33 membros o chanceler federal alemão, Olaf Scholz, como candidato à reeleição nas eleições gerais antecipadas, agendadas para 23 de fevereiro.

O anúncio foi feito pela copresidente do SPD Saskia Esken em uma coletiva de imprensa na sede do partido em Berlim. Os membros da legenda deverão validar a decisão em um congresso que acontecerá no próximo dia 11 de janeiro. A votação, entretanto, é considerada apenas uma formalidade.

Esken, juntamente com o outro copresidente do SPD, Lars Klingbeil, e o próprio chanceler, apresentaram a decisão da direção de um partido que confia mais uma vez em Scholz para liderar o país após a crise política desencadeada pela demissão do então ministro das Finanças e líder do Partido Liberal Democrático (FDP), Christian Lindner.

A decisão de Scholz causou o colapso da coalizão governamental tripartite que SPD, Partido Verde e FDP formavam desde o final de 2021.

O chefe de governo ainda se submeterá a um voto de confiança no Bundestag, a câmara baixa do Parlamento alemão, em 16 de dezembro. Sua derrota é tida como certa, o que levará à dissolução do Parlamento e à antecipação das eleições, que originalmente estavam programadas para setembro.

Apoio "combativo" a Scholz 

"O SPD está entrando em modo de campanha", disse Klingbeil depois de explicar que a liderança do partido apoiou a candidatura de Scholz "de forma decidida" e com atitude "combativa".

Em seguida, Scholz tomou a palavra para agradecer a nomeação e prometer lutar na próxima campanha eleitoral, em que o SPD defenderá, segundo ele, uma política que faça o país "sair bem de situações difíceis", como aquelas enfrentadas atualmente pela Alemanha, a maior economia da Europa e a terceira maior do mundo.

Scholz declarou que defenderá uma política que mantenha o apoio à Ucrânia contra a invasão da Rússia, que assegure empregos no país, e que melhore a vida de aposentados, inquilinos com problemas no mercado habitacional e jovens famílias. Também prometeu apresentar "propostas inteligentes" para financiar tudo de que o país precisa.

SPD em baixa nas pesquisas

O chanceler defendeu ainda que o "potencial de voto" do seu partido é elevado, apesar de as pesquisas de intenção de voto apontarem o SPD atualmente como a terceira força política do país, com 14% do apoio do eleitorado, atrás da ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD), com 19%, e distante da aliança conservadora CDU/CSU, com 32%.

Após o rompimento da coalizão governamental no início de novembro, houve um debate dentro do SPD sobre se Scholz seria mesmo o candidato certo para chanceler. Tendo em vista os fracos índices de pesquisa do chefe de governo, vários representantes do partido se manifestaram a favor do ministro da Defesa, Boris Pistorius, que há algum tempo é apontado como o político alemão mais popular do país pelas pesquisas de intenção de voto. Foi somente na quinta-feira que Pistorius renunciou à sua candidatura, abrindo caminho para a indicação de Scholz.

Entretanto, as disputas de bastidor em torno da questão sobre o candidato a chanceler ainda repercutem no SPD. A liderança da legenda foi duramente criticada no fim de semana durante o congresso nacional dos Jovens Socialistas (Juso), a organização juvenil do SPD. O líder da Juso, Philipp Türmer, acusou os líderes do partido Saskia Esken e Lars Klingbeil de fracasso na liderança. 

Scholz é o terceiro candidato a chanceler indicado por seu partido para a eleição antecipada de 23 de fevereiro de 2025, depois do conservador Friedrich Merz, da União Democrata Cristã (CDU), e do atual vice-chanceler, Robert Habeck, do Partido Verde.

Em 7 de dezembro, o comitê executivo da ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD) indicará a líder do partido, Alice Weidel, como candidata a chanceler. Essa será a primeira vez em que haverá quatro candidatos a chanceler em uma eleição para o Bundestag alemão.

md/ra (EFE, DPA, AFP, Reuters)