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Oito funcionários da Vale são detidos por Brumadinho

15 de fevereiro de 2019

Prisões temporárias de 30 dias visam apurar responsabilidade criminal pelo rompimento da barragem do Córrego do Feijão. Detidos são investigados por homicídio qualificado, crimes ambientais e falsidade ideológica.

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Equipes de resgate trabalham na região do Córrego do Feijão, próximo a Brumadinho
Equipes de resgate trabalham na região do Córrego do Feijão, próximo a BrumadinhoFoto: Getty Images/D. Magno

O Ministério Público (MP) de Minas Gerais confirmou nesta sexta-feira (15/02) as prisões de oito funcionários da empresa Vale com o intuito de apurar responsabilidade criminal pelo rompimento da Barragem 1 da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, no fim de janeiro.

"As prisões temporárias foram decretadas pelo prazo de 30 dias, tendo em vista fundadas razões de autoria ou participação dos investigados na prática de centenas de crimes de homicídio qualificado, considerados hediondo", diz a nota do MP, acrescentando que "também são apurados crimes ambientais e de falsidade ideológica."

Os presos são dois gerentes executivos, dois gerentes e quatro integrantes de áreas técnicas. Todos estão diretamente envolvidos na segurança e estabilidade da barragem em Brumadinho. Entre os detidos está Alexandre de Paula Campanha, que teria pressionado um engenheiro da certificadora alemã TÜV Süd a atestar a estabilidade da barragem.

Em depoimento à polícia, o engenheiro Makoto Namba disse ter sido intimidado por Campanha. De acordo com o relatório da Polícia Federal, o funcionário da Vale o pressionou para que assinasse o laudo "sob o risco de perderem o contrato" com a mineradora. O engenheiro acabaria assinando o atestado após a revisão periódica de junho de 2018.

Namba chegou a ser preso junto com três funcionários da Vale no dia 29 de janeiro. Segundo o MP, os funcionários presos nesta sexta-feira estariam diretamente envolvidos na segurança e estabilidade da barragem que se rompeu no dia 25 de janeiro. Todos ficarão detidos por 30 dias e serão ouvidos pelo MP em Belo Horizonte.

Um diretor, um gerente e dois integrantes do corpo técnico da TÜV Süd foram alvos de operações de busca e apreensão em São Paulo e Belo Horizonte. O mesmo ocorreu na sede da Vale, no Rio de Janeiro. No total, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão nos três estados, incluindo na sede da  Vale, no Rio. Foram levados pelos agentes computadores e documentos em diferentes endereços.

Até esta quinta-feira, o total de mortes confirmadas era de 166, e 147 pessoas ainda estavam desaparecidas, enquanto prosseguem as buscas na região de Brumadinho.

RC/abr/lusa/afp

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