OEA aprova resolução para coordenar políticas antidrogas no continente
20 de setembro de 2014Reunidos na Cidade da Guatemala, os países-membros da Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovaram nesta sexta-feira (19/09) uma resolução que visa a "coordenação hemisférica" no combate às drogas.
Segundo o ministro do Exterior guatemalteco, Carlos Morales, a busca de uma política comum antidrogas é uma "contribuição valiosa" à Assembleia Geral das Nações Unidas que acontecerá em 2016 e que debaterá mudanças na política global de combate às drogas.
"Frente à Assembleia Especial das Nações Unidas em 2016, a resolução adotada constitui um insumo valioso para o presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas e para o processo preparatório da dita assembleia, já que contém a posição comum do hemisfério em torno de políticas mais eficazes de combate às drogas", disse Morales, que presidiu a reunião da OEA.
O documento, aprovado pelos 32 países-membros da OEA presentes na reunião, destaca a "importância da cooperação hemisférica e internacional para, conjuntamente, fazer frente ao problema mundial das drogas" e também define que os Estados considerem "revisar periodicamente as políticas adotadas" nesse âmbito.
Além disso, a resolução propõe desenvolver respostas ao problema mundial das drogas "que previnam os custos sociais ou contribuam para a sua redução e – se for o caso – revisem a abordagem dos enfoques tradicionais e considerem o desenvolvimento de novos enfoques, ambos baseados na evidência e no conhecimento científico".
Reivindicação boliviana
Dado o fracasso da luta mundial contra as drogas, a Bolívia defendeu a busca por novas alternativas. "O problema das drogas é estrutural, de caráter multidimensional e multifatorial, de interesse de todos os Estados", sublinhou Diego Pary, embaixador boliviano junto à OEA.
Na semana passada, o país rejeitou a "lista negra", elaborada pelos Estados Unidos, dos países produtores e de trânsito das drogas. A Bolívia e outros países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) foram citados no documento.
Recentemente, o Uruguai regulamentou o cultivo e a venda de maconha, assim como os estados americanos Colorado e Washington. Uma nova política de combate às drogas poderia, assim, implicar a criação de um mercado regulamentado como forma de combate ao narcotráfico.
CA/dpa/dw