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Ocidente condena violações russas na Ucrânia

22 de fevereiro de 2022

Presidente dos EUA discute reação com líderes da Alemanha e França e impõe sanções aos territórios separatistas. Países lamentam fracasso nas negociações de paz e afirmam que ações de Putin "não ficarão sem resposta".

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Pessoas em Donetsk comemoram decisão russa de reconhecer regiões separatistas no leste da Ucrânia
Pessoas em Donetsk comemoram decisão russa de reconhecer regiões separatistas no leste da UcrâniaFoto: Alexei Alexandrov/AP Photo/picture alliance

Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira (21/02) a imposição de sanções econômicas contra as autoproclamadas "repúblicas populares" de Lugansk e Donetsk, controladas pelos separatistas no leste da Ucrânia. 

O anúncio da Casa Branca surgiu horas depois de presidente da Rússia, Vladimir Putin, reconhecer a independência das duas regiões e assinar acordos que permitem a presença militar russa no leste ucraniano.

O presidente dos EUA, Joe Biden, assinou uma ordem executiva que visa "proibir investimentos, comércio e financiamentos por cidadãos americanos, para, de ou nas chamadas regiões DNR [Donetsk] e LNR [Lugansk]", informou a porta-voz da Casa Branca Jen Psaki.

Ela anunciou que, além dessas medidas, outras sanções serão impostas contra Rússia, no caso de uma invasão à Ucrânia. "Essas medidas [...] ocorrerão em adição às sanções econômicas imediatas e severas que estivemos preparando em coordenação com nossos aliados e parceiros", disse a porta-voz.

As duas regiões, porém, possuem negócios extremamente limitados com cidadãos americanos. Mas, segundo Psaki, a ordem executiva "amplia a autoridade para impor sanções contra qualquer pessoa que tenha o objetivo de operar nessas áreas na Ucrânia".

A Casa Branca informou que a cúpula entre Biden e Putin anunciada horas antes, na qual os dois líderes discutiriam a crise na Ucrânia, não poderá ocorrer se Moscou ampliar suas ações militares na região.  

Após Putin formalizar o reconhecimento das duas "repúblicas", Biden conversou em videoconferência com o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o presidente francês, Emmanuel Macron.

Os três líderes condenaram as ações de Moscou e as qualificaram como graves violações do Acordo de Minsk, o processo através do qual os governos da Alemanha e França vinham tentando negociar a paz no leste ucraniano.               

"Essas ações não ficarão sem resposta", disse o porta-voz de Scholz, Steffen Hebestreit, após a conversa entre os três líderes. "Os países parceiros concordaram em não abandonar seus comprometimentos para com a integridade territorial e a soberania da Ucrânia", afirmou.

A ministra alemã do Exterior, Annalena Baerbock, acusou a Rússia de "violações flagrantes" das leis internacionais e de sabotar os esforços diplomáticos para pôr fim ao conflito na Ucrânia. "Anos de esforços no [processo de paz] formato Normandia e na Osce (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa) foram desfeitos de maneira proposital e sem uma razão compreensível", ressaltou.

Macron, que horas antes ainda tentava avançar esforços diplomáticos junto a Moscou, pediu à União Europeia a imposição de sanções contra a Rússia, e a convocação de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, também denunciou o que chamou de "flagrante violação da soberania e integridade da Ucrânia". Ele destacou que "um pacote bastante robusto de sanções” será imposto pelo Reino Unido, "ao primeiro sinal de uma incursão ou invasão russa".

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, considerou que a decisão de Putin "erode os esforços rumo a uma resolução do conflito". "Moscou continua a alimentar o confronto no leste ucraniano ao fornecer apoio militar aos separatistas, e ainda tenta encenar um pretexto para invadir a Ucrânia", avaliou.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, também, condenaram as ações de Putin. "A UE e seus parceiros reagirão com firmeza, unidade e determinação em solidariedade à Ucrânia" afirmaram, em declaração conjunta.

rc (dpa, AFP, Reuters)