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Obama envia militares ao Iraque

17 de junho de 2014

Quase 300 soldados foram enviados para garantir a segurança da embaixada dos EUA em Bagdá. Segundo presidente americano, tropas estão preparadas para combater e permanecerão no país o tempo que for necessário.

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Foto: Reuters

Os Estados Unidos enviaram uma unidade militar especial com 275 soldados para o Iraque, anunciou o presidente Barack Obama nesta segunda-feira (16/06). O objetivo é apoiar e prover a segurança dos funcionários da embaixada americana na capital iraquiana, Bagdá, depois de militantes terem assumido o controle do norte do país.

"Estas forças estão sendo destacadas para proteger os cidadãos e as propriedades americanas. Se necessário, elas estão equipadas para combate", disse Obama numa carta enviada ao Congresso. "Estas forças permanecerão no Iraque até que a segurança volte a um estágio que não mais as exija." O governo iraquiano teria aprovado a medida.

Segundo informações da Secretaria da Defesa dos EUA, 170 dos soldados já chegaram a Bagdá no último fim de semana. Outros 100 devem, se necessário, administrar aeródromos, fornecer apoio logístico e contribuir para a segurança. Até o momento, entre 200 e 300 soldados estavam estacionados no Iraque para proteger instituições americanas e apoiar forças de segurança iraquianas. Além disso, Washington enviou nesta segunda-feira o navio de guerra USS Mesa Verde ao Golfo Pérsico. Segundo militares, o navio de desembarque anfíbio transporta um avião.

Três oficiais americanos também disseram que a Casa Branca considera enviar um contingente de soldados de forças especiais ao Iraque. Sua missão, que ainda não foi aprovada, seria focada em treinar e apoiar soldados iraquianos sitiadas. Muitos deles abandonaram seus postos com o avanço dos insurgentes islâmicos, na maior ameaça ao país desde que as tropas americanas deixaram oficialmente o Iraque, em 2011.

Conversas com o Irã

Nesta segunda-feira, representantes dos Estados Unidos e do Irã também se reuniram pela primeira vez para discutir a crise no Iraque. Paralelamente às negociações nucleares em Viena, na Áustria, enviados dos dois países conversaram sobre o avanço da milícia islâmica EIIL (Estado Islâmico do Iraque e do Levante), disse um representante da Secretaria de Estado dos EUA.

Os Estados Unidos temem o colapso do Iraque e a desestabilização da região. Obama descartou o uso de tropas terrestres para combater os extremistas, mas o governo americano confirmou o envio de soldados para proteger a embaixada em Bagdá.

O Irã também teme que os radicais sunitas do EIIL tomem o poder na capital iraquiana, governada por xiitas. O presidente iraniano, Hassan Ruhani, havia se mostrado aberto a cooperar com os EUA para combater o grupo islâmico.

Os Estados Unidos estariam dispostos a discutir tanto com Teerã quanto com outras potências da região sobre como proceder com relação aos militantes do EIIL, disse o representante da Secretaria de Estado americana. Porém, uma cooperação militar com a República Islâmica foi descartada. Nesta segunda-feira, o secretário de Estado, John Kerry, havia declarado que "não descartaria nada que fosse construtivo".

Na última semana, o EIIL ocupou várias áreas do Iraque. Especialistas estimam que se tratem de cerca de 10 mil homens. No último fim de semana, o Exército iraquiano deu início a uma ofensiva para, com o apoio de milhares de voluntários, reconquistar a metrópole Mossul, no norte do país.

LPF/dpa/ap/rtr