O que você precisa saber sobre a Copa do Mundo feminina
7 de junho de 2019A oitava edição da Copa do Mundo de Futebol Feminino começa nesta sexta-feira (07/06) com a expectativa de que o interesse do público seja ainda maior do que nos torneios anteriores. A partida de abertura, em Paris, é entre a seleção anfitriã, França, e a Coreia do Sul.
"Vai ser uma Copa do Mundo notável. O nível da competição, quatro anos depois da última, aumentou exponencialmente", afirma Jill Ellis, técnica da seleção dos Estados Unidos, atual campeã mundial. "Equipes diferentes estão em ascensão, e vai ser uma Copa do Mundo muito aberta, estamos empolgados."
O interesse do público é considerado alto. As entradas para as semifinais e para a final, todas disputadas no Parc Olympique Lyonnais, em Lyon, já estão esgotadas, assim como os ingressos para o jogo de abertura, no Parc des Princes, na capital francesa. O bilhete para assistir a alguns jogos chega a custar apenas nove euros (cerca de 40 reais).
A equipe dos Estados Unidos está entre as favoritas, depois de vencer a Copa do Mundo por três vezes e as Olimpíadas quatro vezes.
No time da França, as principais estrelas – Sarah Bouhaddi, Wendie Renard, Amel Majri, Amandine Henry e Eugenie Le Sommer, todas da equipe de Lyon, que ganhou quatro títulos consecutivos da Liga dos Campeões – estão se tornando rapidamente celebridades no país.
Já a Alemanha venceu duas Copas do Mundo e oito Eurocopas de futebol feminino. Japão e Noruega venceram a Copa do Mundo uma vez cada.
No entanto, o domínio das americanas e das alemãs está cada vez mais ameaçado, já que algumas das outras potências tradicionais do futebol, que durante anos não levaram o futebol feminino tão a sério, estão se tornando cada vez mais competitivas.
Inglaterra e França, terceira e quarta do mundo, chegam com esperanças genuínas de conquistar o título. Espanha, Holanda e Itália também fazem parte do top 15.
Quanto tempo dura o torneio e quantas equipes participam dele?
A Copa do Mundo de Futebol Feminino da Fifa existe desde 1991, sendo realizada a cada quatro anos – como no caso dos homens. Esta edição vai de 7 de junho e até 7 julho, reunindo 552 jogadoras de 24 seleções.
Os dois melhores times competirão na final, a ser realizada em 7 de julho no estádio de Lyon. Um dia antes, a partida pelo terceiro lugar acontece em Nice.
Quais são os times favoritos?
Sem dúvida, o atual detentor do título, os Estados Unidos. Nenhuma outra seleção ganhou tantas vezes nos últimos sete campeonatos mundiais: foram três títulos (1991, 1999 e 2015). As alemãs venceram em 2003 e 2007 e conquistaram, além disso, respeitáveis oito títulos europeus.
As japonesas ganharam a Copa do Mundo em 2011, foram para a final em 2015 e também são tidas como fortes candidatas desta vez. A cicerone, França, espera tirar vantagem de jogar em casa e ganhar o título pela primeira vez. Após já ter conseguido vencer partidas contra Alemanha, Estados Unidos, Brasil e Canadá, a conquista do título não seria tão surpreendente.
As holandesas, atuais campeãs europeias, também se tornaram fortes candidatas ao título, assim como as suecas, as inglesas e as espanholas – que correm por fora, após oito vitórias em oito partidas de qualificação.
Quem são as melhores jogadoras?
Ao se olhar a história da Copa do Mundo, um nome se destaca: o da brasileira Marta, com 15 gols, artilheira recordista em Copas do Mundo. Eleita seis vezes melhor jogadora do mundo pela Fifa, ela estará no ataque da seleção brasileira na França. Possivelmente este será o último mundial da craque brasileira, assim como o da americana Megan Rapinoe, que conquistou o título há quatro anos.
A japonesa Saki Kumagai conquistou três títulos consecutivos pelo Olympique Lyon na Liga dos Campeões e, como capitã, levou o Japão à conquista da Copa da Ásia no ano passado.
A estrela da equipe francesa é Wendie Renard, zagueira de 1,87 metro do Olympique Lyon. Por sua vez, com 32 gols em 86 partidas internacionais, a meio-campista alemã Dzsenifer Marozsán também está entre as possíveis estrelas do torneio.
Considerada a melhor atacante do mundo, a norueguesa Ada Hegerberg não participará do campeonato. A vencedora da Bola de Ouro de 2018 renunciou à seleção nacional por causa de uma disputa com a associação norueguesa de futebol NFF. Depois, a NFF se tornou a primeira federação no mundo a decidir pagar igualmente homens e mulheres.
O que há de novo?
Usado pela primeira vez em Copas do Mundo na versão masculina, na Rússia, o árbitro assistente de vídeo (VAR, na sigla em inglês) será usado também com as mulheres. Em contraste com a equipe feminina nos estádios, serão empregados apenas assistentes de vídeo masculinos, que já têm experiência com o equipamento.
Outra novidade é o valor do prêmio em dinheiro, que a Fifa dobrou para cerca de 27 milhões de euros. As campeãs mundiais ganham 3,6 milhões de euros. Isso ainda é apenas uma fração do prêmio na competição masculina: na Rússia, a Fifa deu 32,3 milhões de euros à campeã mundial França.
Se as alemãs vencerem, cada jogadora recebe da federação alemã, DFB, um prêmio recorde recém-negociado de 65 mil euros. A título de comparação, a DFB teria pago aos homens, em caso de triunfo na Copa do Mundo em 2018 na Rússia, 350 mil euros por jogador.
Quais as chances da seleção brasileira?
O Brasil chega à França como azarão, depois de uma série de reveses durante a preparação. Nos últimos nove jogos, a seleção acumulou nove derrotas.
A estreia do time comandado pelo técnico Vadão é contra a Jamaica no domingo (09/06). As outras adversárias na primeira fase são Austrália (13/06) e Itália (18/06).
A grande estrela, Marta, se machucou nas vésperas do Mundial, durante a preparação para o torneio. Uma lesão na coxa esquerda tirou a atacante dos treinamentos por mais de dez dias. Após fisioterapia, a alagoana voltou a treinar em campo, mas não é certeza contra a Jamaica.
A seleção feminina participou de oito edições do Mundial, tendo feito sua melhor campanha em 2008, quando perdeu a final para a Alemanha. Esta deve ser a última Copa de três dos principais destaques do time: Marta, Formiga e Cristiane. As duas últimas confirmaram que se aposentam da seleção após o torneio.
MD/afp/dw
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