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O que motiva idosos a ir às urnas?

28 de outubro de 2022

Parcela de brasileiros com mais de 70 anos aptos a votar cresceu 24% em relação a 2018 e representa hoje quase um décimo do eleitorado. A DW ouviu idosos sobre suas motivações.

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 Inês de Sousa, eleitora de Teresina
"Quero fazer a minha parte", diz a eleitora Inês de Sousa, de 80 anosFoto: privat

De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 14,9 milhões de eleitores com mais de 70 anos de idade estão aptos a votar nas eleições de 2022. O número representa um crescimento de quase 24% em relação a 2018, quando eram cerca de 12 milhões.

Apesar de o voto acima dos 70 anos ser facultativo, este grupo representa 9,52% do total de cerca de 156,5 milhões de eleitores.

Como fator fator que impulsionou o maior envolvimento de idosos no processo eleitoral deste ano, o TSE aponta a campanha "Todo voto importa", lançada em junho pelo tribunal com o objetivo de despertar o compromisso com a democracia entre eleitores que já não são mais obrigados a ir às urnas.

Outro fator que pode ter contribuído para uma maior participação de idosos nas eleições é o fato de, a partir deste ano, a votação servir como prova de vida para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para que aposentados continuem recebendo o benefício.

"Não quero deixar que os outros decidam por mim"

A DW ouviu três idosos acima dos 70 anos sobre o que os motivou a ir às urnas neste ano. Todos dizem que se sentem respeitados ao exercer o direito ao voto.

"Enquanto a gente tem saúde e condições, acho que temos que ir votar sim. Para mim, é um dia de festa. Hoje em dia vou com meu filho, mas nunca deixei de votar desde os meus 18 ano", diz Gilvanete Barreto, de 84 anos. Para votar, ela tem de se deslocar com familiares do Recife, onde vive, para Olinda, seu município eleitoral.

Para Inês de Sousa, de 80 anos, cada voto faz diferença. "Eu tenho meus candidatos, gente que me representa e que eu quero que sejam eleitos, então quero fazer a minha parte", afirma a eleitora de Teresina, no Piauí.

Ela confirmou presença no segundo turno e diz que já decidiu em quem votará para presidente. "Eu recebo vídeos de candidatos e peço para minha filha abrir. Tenho prazer em acompanhar meus candidatos pela televisão e quero respeito nas minhas escolhas políticas."

Morador do pequeno município de Mae D'água, no interior da Paraíba, Luiz Gonzaga Firmino, de 70 anos, também afirma fazer questão de exercer o direito ao voto. "Não quero deixar que os outros usem a minha cidadania e decidam quem será meu governante ou algoz por mim."