O Brasil na imprensa alemã (25/03)
25 de março de 2020Tagesschau.de – Bolsonaro quer retorno à normalidade, 25/03
O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, minimizou mais uma vez o perigo do coronavírus e criticou as restrições à circulação. Em pronunciamento na televisão, ele acusou a mídia de disseminar um sentimento de medo e pediu um retorno à normalidade.
"Caso fosse contaminado pelo vírus, eu seria, quando muito, acometido de uma gripezinha ou resfriadinho", disse o presidente, enquanto milhares de brasileiros protestavam em mais de uma dúzia de cidades. Foi o oitavo dia consecutivo dos chamados panelaços, em que as pessoas bateram em panelas e frigideiras, gritando também "mentiroso" e "fora Bolsonaro" das janelas abertas.
O descontentamento começou há pouco menos de uma semana devido ao comportamento do presidente, considerado pelos que protestam como negligente e contraditório. Ao menos 23 membros de sua delegação de visita aos Estados Unidos testaram positivo para o coronavírus.
Frankfurter Allgemeine Zeitung – Estádios de futebol transformados em hospitais de campanha, 24/03
Na luta desesperada contra a pandemia de coronavírus no Brasil, clubes de futebol do país inteiro mostram solidariedade e abrem seus estádios para as autoridades sanitárias.
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Mais de oito anos atrás, o ídolo do futebol brasileiro Ronaldo, que foi nomeado em dezembro de 2011 para o Comitê Organizador da Copa do Mundo, rebateu de forma irrefletida as críticas na época aos altos custos da construção e reforma dos 12 estádios da Copa: "Ninguém faz uma Copa com hospitais." Hoje, são exatamente os estádios que são transformados em hospitais de campanha.
Der Tagesspiegel – Críticas severas a Bolsonaro por subestimar crise da covid-19, 22/03
A maioria das medidas restritivas foi ordenada pelos governadores dos estados. O presidente Jair Bolsonaro os criticou por isso. Ele minimizou a covid-19 usando palavras como "fantasia" e "histeria" ao se referir à doença – e até disse que "não há crise".
Somente nos últimos dias, talvez tarde demais, Bolsonaro mudou sua maneira de lidar com a pandemia. Ele pediu "unidade" para resolver o problema. O governo federal está começando a reforçar suas medidas.
No entanto, as contradições nas ações de Bolsonaro não passaram despercebidas à opinião pública. Nesta semana, houve manifestações contra ele em todo o país. Em Brasília, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza, Belo Horizonte, Recife e outras cidades, muitos gritaram "Fora Bolsonaro!" de suas casas e fizeram barulho contra ele com panelas e colheres.
Süddeutsche Zeitung – Festa em vez de quarentena, 19/03
O governo Bolsonaro continua minimizando a situação, e o presidente até quer comemorar seu aniversário com uma "festinha". Mas cresce a resistência – e a preocupação.
Mal o presidente Jair Bolsonaro começou a falar na televisão, já começou o barulho. Brasileiros em quase todas as grandes cidades do país foram às suas varandas ou às janelas abertas fazendo barulho, com colheres batendo em panelas e frigideiras por quase uma hora. Assim, milhares de pessoas manifestaram sua irritação com um governo que acreditam não estar fazendo quase nada diante de uma epidemia global.
O Brasil foi o primeiro país da América do Sul a registrar casos do coronavírus. (…) No entanto, enquanto a maioria dos países vizinhos ordenou medidas drásticas, desde o fechamento de escolas até quarentenas forçadas, Brasília até agora ignorou amplamente todos os avisos e conselhos de cientistas.
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Bolsonaro apertou a mão de centenas de apoiadores do lado de fora do palácio do governo. Neste fim de semana, ele quer comemorar seu aniversário com uma "festinha". Bolsonaro diz que vírus é uma "fantasia" e que está havendo "histeria".
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