O Brasil na imprensa alemã (16/09)
16 de setembro de 2020Die Zeit – Pantanal em chamas (16/09)
Um jacaré carbonizado, antas com a pele queimada e onças-pintadas com as patas consumidas até o osso: são imagens perturbadoras as que os ambientalistas do Pantanal estão divulgando. A região no sudoeste do Brasil é na verdade uma das maiores áreas úmidas do planeta, uma paisagem gigantesca de pântanos e lagos na qual vivem mais espécies de aves do que em toda a Europa. O Pantanal é uma área protegida há décadas. Mas agora ele está em chamas.
Nas últimas semanas, pequenos incêndios se combinaram para formar incêndios gigantescos, os maiores já registrados na região. Até um quinto do Pantanal pode já ter sido destruído pelas chamas. Uma catástrofe, sem dúvida, mas apenas uma entre muitas.
Quando se vai mais ao norte do Pantanal, a situação não é menos dramática. Ali, na Amazônia, as chamas estão ardendo como não acontecia há anos. De acordo o monitoramento do Inpe, houve 7% mais incêndios em agosto do que no mesmo mês do ano anterior – e 2019 já havia sido um ano catastrófico para a Amazônia.
TAZ – Mais desmatamento, cerveja mais cara (16/09)
Se a floresta tropical estivesse indo bem, a cerveja estaria barata, pelo menos no Brasil. Assim o conglomerado cervejeiro Ambev quer chamar a atenção para a contínua destruição da Floresta Amazônica, com sua nova variedade de cerveja, a "Colorado Amazônica".
O preço de uma lata cai quando a destruição da floresta tropical diminui, e sobe quando ela aumenta. Segundo a Ambev, o dinheiro da venda da cerveja vai exclusivamente para associações de comunidades ribeirinhas e indígenas na região do Xingu.
A cerveja é vendida apenas on-line, em uma lata de 310 mililitros. O preço inicial era de R$ 5,49. Um novo preço será agora calculado a cada semana. Ele se baseia no desenvolvimento da área de floresta tropical nas últimas quatro semanas, em comparação com o mesmo período do ano passado. Atualmente, o negócio é ruim para os bebedores de cerveja – e para a floresta tropical: uma semana após o início, a cerveja já custava 8,01 reais.
Stuttgarter Nachrichten – Os maiores incêndios em tempos na Amazônia
Os incêndios na região amazônica e no Pantanal no Brasil atingiram um novo patamar. O número de incêndios florestais na Amazônia aumentou 7% em agosto em comparação com o mesmo mês do ano passado. Isso significa que a região amazônica enfrenta agora os incêndios florestais mais violentos desde 2012. Os incêndios devastadores também ardem na reserva natural do Pantanal. Neste pântano único, 1,4 milhão de hectares já foram queimados. Em comparação com agosto do ano passado, os incêndios no Pantanal aumentaram 182%.
Os especialistas estão convencidos de que a maioria dos incêndios no Pantanal e na região amazônica foi iniciada pelo homem, no caso fazendeiros. E que os ventos fortes fizeram as chamas se espalharem.
RPR/ots