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O Brasil na imprensa alemã (13/05)

13 de maio de 2020

A epidemia de coronavírus começa a achar no Brasil seu novo epicentro, escrevem jornais alemães. Para eles, Bolsonaro, ao minimizar a crise, colaborou significativamente para transformá-la numa catástrofe nacional.

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O presidente Jair Bolsonaro
Foto: Reuters/A. Machado

FAZ – Bolsonaro e sua quadratura da crise (11/05)

Na metrópole amazônica de Manaus, os caixões estão amontoados em valas comuns porque não há mais espaço. Em outros estados brasileiros, a situação também está se agravando. Os leitos disponíveis para tratamento intensivo estão cada vez mais escassos. De acordo com um estudo, espera-se que as vagas de UTI nos hospitais públicos da maioria dos estados brasileiros estejam totalmente ocupadas até o fim deste mês. 

Embora outros países da região tenham conseguido manter a curva de infecção relativamente achatada, no Brasil ela continua a aumentar. O colapso do sistema de saúde dificilmente poderá ser evitado. Mas essa nunca foi a preocupação do presidente Jair Messias Bolsonaro, que é considerado parcialmente responsável pela atual dimensão da epidemia no Brasil.

Desde o início da pandemia, Bolsonaro ignora quase sistematicamente todas as recomendações de especialistas. Ele desafia a ciência porque a vê como parte do "establishment". Os ideólogos dentro do seu governo falam até mesmo em conspiração. A crise serviria a uma agenda comunista porque reforça instituições internacionais como a Organização Mundial de Saúde, alertou recentemente o chanceler Ernesto Araújo.

Ao mesmo tempo, Bolsonaro continua a entrar em confronto com governadores, tribunais e a imprensa. Politicamente, ele afunda cada vez mais em isolamento

Die Welt – Medo da morte na Amazônia, colapso nas metrópoles (13/05)

O Brasil caminha para virar o epicentro global do coronavírus. As causas da catástrofe são caseiras e remontam à Copa do Mundo de 2014. 

O número de infecções explodiu no país. E as condições são especialmente ruins nas favelas das megacidades e na região amazônica. Bolsonaro observou, impassível, tudo acontecer e agora está recebendo a conta. Mas quem está pagando são os mais vulneráveis. 

Desde o início, Bolsonaro minimizou o perigo. No início, chamou o fenômeno de "gripezinha" e acusou os meios de comunicação de histeria. Agora, tenta jogar com o medo do colapso da economia, em oposição ao medo de propagação das infecções. Apoia ostensivamente, por exemplo, os pequenos empresários e vendedores ambulantes – uma tática populista que pode muito bem funcionar em meio aos crescentes problemas econômicos dos bairros mais pobres.

Bolsonaro sabe que o Brasil também está diante de uma grave crise econômica, e por isso já está tentando distribuir responsabilidades para quando a pandemia passar. 

Der Spiegel – O perigoso "E, daí?” de Bolsonaro (09/05)

O maior país da América Latina pode se tornar um novo epicentro da pandemia de coronavírus. O Brasil registra atualmente mais mortes do que a Alemanha e já é o sétimo em nível mundial em número de vítimas.

Especialistas acreditam que o número real de pessoas infectadas no Brasil é consideravelmente superior aos números oficiais, uma vez que apenas as pessoas gravemente doentes estão sendo testadas para detectar o vírus no país.

O presidente radical de direita, Jair Bolsonaro, falou repetidamente em uma "histeria" mundial em relação ao coronavírus. Na opinião dele, as restrições iniciais impostas pelos estados prejudicaram desnecessariamente a economia. 

A renomada revista médica The Lancet descreveu o presidente brasileiro como a maior ameaça na luta contra a propagação do coronavírus.

RPR/ots

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