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O Brasil na imprensa alemã (12/12)

12 de dezembro de 2018

Anúncio de saída do Brasil de pacto de migração da ONU foi destaque, assim como ataque em igreja de Campinas e intervenção em Roraima. Temores sobre planos do futuro governo para meio ambiente também são tematizados.

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Logos da ONU e do Pacto Global para Migração em Marrakech, no Marrocos
Mais de 150 países, incluindo Brasil, assinaram Pacto Global para Migração no MarrocosFoto: picture-alliance/dpa/E. Lalmand

Die Tageszeitung – O Brasil faz um retorno, 12/12/2018

Ainda na segunda-feira (10/12), o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, havia manifestado que concordava com o Pacto Global para Migração das Nações Unidas. Mas agora está claro: não deverá ficar assim. Ernesto Araújo, confirmado como próximo chanceler brasileiro pelo recém-eleito presidente de extrema direita Jair Bolsonaro, tuitou na noite de segunda para terça-feira que o pacto é "inadequado para lidar com o problema". "A imigração é bem-vinda, mas não deve ser indiscriminada." O Brasil "se desassociará" do Pacto que foi aceito por mais de 150 países na cúpula da ONU em Marrakech na segunda-feira.

Nunes havia elogiado o acordo num posicionamento emocionante durante a reunião. (...) Segundo ele, todos os Estados que foram a Marrakech estão unidos pela visão de que os direitos humanos e o desenvolvimento são indissociáveis.

Der Spiegel – Diversos mortos e feridos após ataque em igreja, 11/12/2018

Após um ataque numa igreja no Brasil, pelo menos cinco pessoas morreram, segundo a imprensa local. Um homem teria aberto fogo na Catedral de Campinas, no estado de São Paulo, matando quatro pessoas, segundo o portal de notícias G1, que citou fontes dos Bombeiros. Em seguida, o atirador cometeu suicídio. Ao menos três pessoas ficaram feridas e foram hospitalizadas. Ainda não se sabe o motivo do ataque. A polícia iniciou investigações.

Frankfurter Allgemeine Zeitung – Brasília intervém em Estado que faz fronteira com Venezuela, 11/12/2018

Desde segunda-feira (10/12), o Estado brasileiro de Roraima, no norte do país, é administrado a partir de Brasília. O presidente Michel Temer assinou decreto correspondente. (...) A intervenção, que ocorre a pedido da Procuradoria-Geral da República, deverá vigorar até o final do ano, segundo o decreto. Durante esse período, o governo central assume a gestão do estado. A direção da intervenção foi atribuída ao governador eleito Antonio Denarium, que assume oficialmente seu posto em janeiro e pertence ao mesmo partido do futuro presidente, Jair Bolsonaro.

Segundo o presidente Temer, a intervenção é a única maneira de controlar a situação em Roraima. Os presídios estaduais, onde a situação é extremamente precária, já foram colocados sob a batuta do governo federal no mês passado.

Roraima é o estado menos populoso do Brasil e isolado geograficamente. Além da esparsa agricultura, quase não há atividade econômica no Estado, que depende quase que exclusivamente dos financiamentos de Brasília.

Porém, há alguns meses, esses não bastam mais. É que a onda de refugiados da Venezuela evoluiu para um sério problema para Roraima. Dezenas de milhares de venezuelanos ficam em Roraima e fizeram a população do Estado crescer 10% em pouco tempo. (...)

É a segunda intervenção de Brasília num estado neste ano. Em fevereiro, Temer já ordenou uma intervenção federal no Rio de Janeiro. Esta, porém, ficou restrita à área da segurança pública. Desde o início da intervenção, o Exército assumiu as despesas com segurança do Estado, que está em situação de penúria financeira e é assombrado por uma onda de violência e por corrupção persistente. A intervenção no Rio foi a primeira do governo brasileiro num Estado desde a aprovação da Constituição democrática, em 1988. Os efeitos, no entanto, são limitados, já que não houve melhora da situação da segurança no Estado. Críticos também acusam o Exército de não levar em consideração a população das favelas na luta contra os comandos do narcotráfico.

Focus – Trump dos Trópicos versus Floresta Tropical, 08/12/2018

Em janeiro começa o reinado de Jair Bolsonaro – e, com ele, possivelmente também terá início uma era obscura para a maior floresta tropical da Terra. O ex-militar quer facilitar a pilhagem dos tesouros da Bacia Amazônica pelas indústrias madeireira, agrária e de mineração de seu país.

Para os povos indígenas, segundo suas promessas de campanha, não haverá "mais nenhum centímetro quadrado demarcado". Os avanços do Brasil na defesa do meio ambiente, penosamente conquistados, seriam anulados. A política de Bolsonaro também deverá ter efeitos sobre o clima mundial. A Floresta Amazônica é tida como pulmão da Terra: armazena cerca de 251 bilhões de toneladas de CO2 (a título de comparação, a Alemanha emitiu 0,9 bilhão de toneladas em 2016).

Tão gigantesca quanto a reserva é sua vulnerabilidade. Uma vez desmatada, a floresta mal se regenera. Se faltam plantas e raízes, as chuvas levam a fina camada de húmus. Após poucos anos, o solo não é mais fértil.

RK/ots

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