O Brasil na imprensa alemã (05/02)
5 de fevereiro de 2020Stern – Solução brasileira para aids e mães adolescentes: nada de sexo antes do casamento (30/01)
Enquanto cartazes pregados em 50% das paradas de ônibus da Alemanha chamam atenção para o método contraceptivo adequado, o presidente brasileiro e sua ministra da Família adotam uma abordagem que até mesmo 90% dos católicos consideram antiquada demais. Abstinência sexual não é solução em 2020.
Na Alemanha, apenas uma pequena fração da juventude provavelmente conhece o significado da palavra "casto". Pelo menos no Norte e Leste do país, onde há significativamente menos católicos do que no Sul. Enquanto isso, no Brasil, o maior país católico do mundo, a coisas é diferente.
Provavelmente esse é também um dos motivos para o presidente Jair Bolsonaro e sua ministra da Família e dos Direitos Humanos, a pastora evangélica Damares Alves, enaltecerem o caminho da virtude: abstinência sexual até o altar do casamento. "Tudo tem seu tempo" é a reivindicação da nova campanha que visa proteger adolescentes de gravidezes indesejadas e aids.
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Críticos veem nessa abordagem uma tentativa de apagar a linha divisória entre a Igreja e o Estado. O jornal New York Times cita a advogada e ativista dos direitos reprodutivos Debora Diniz: "Temos 20 anos de estudos em saúde pública de todo o mundo que mostram que a política de abstinência não é apenas ineficaz, mas também traz consequências prejudiciais no caso de gravidez na adolescência e doenças sexualmente transmissíveis. Estamos fazendo políticas baseadas em crenças religiosas."
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Segundo o New York Times, por volta de 62 entra cada mil mulheres grávidas no Brasil são menores de idade, cerca de um terço a mais do que no resto do mundo, já que a média mundial é de 44 menores de idade por mil gestações. E as infecções de aids também tiveram um aumento drástico de 41% entre 2014 e 2018.
A educação sobre métodos contraceptivos seguros poderia certamente ajudar mais os adolescentes do que a pressão moral. Jovens homossexuais, em particular, são basicamente excluídos de vez.
Deutschlandfunk – Atriz Regina Duarte é chefe de Cultura no governo Bolsonaro (31/01)
A atriz brasileira Regina Duarte vai ser a nova chefe da pasta de Cultura no gabinete do presidente Bolsonaro.
A atriz de 72 anos confirmou ter aceitado o convite. Como Bolsonaro, Duarte é considerada conservadora de direita, e tornou-se conhecida no Brasil com papéis em telenovelas. Ela já havia apoiado Bolsonaro como candidato na campanha eleitoral.
A atriz sucede a Roberto Alvim. O ex-secretário de Cultura foi exonerado em meados de janeiro, depois de usar uma citação de Goebbels, ministro da Propaganda de Hitler, num discurso sobre o papel da arte.
Kölnische Rundschau – Brasil quer repatriar seus cidadãos de Wuhan (03/02)
O governo brasileiro quer usar a Força Aérea para buscar seus cidadãos na cidade de Wuhan, China, que está sendo particularmente afetada pelo novo coronavírus. A notícia veio de um comunicado conjunto do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério da Defesa.
Brasileiros desesperados, que não podem sair de Wuhan, postaram um vídeo de seis minutos no YouTube, no qual se dirigem diretamente ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo.
CA/ots
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