O Brasil na imprensa alemã (08/07)
8 de julho de 2020Sport.de - "Absurdo! Gigantesco!”: as reações na imprensa ao lendário 7 a 1 (08/07)
Uma noite histórica, um desastre memorável, um dos capítulos mais importantes da história do futebol: o 7 a 1 da seleção alemã em 8 de julho de 2014, na semifinal contra o Brasil, foi muito mais do que um grande passo no caminho para a quarta estrela da Alemanha.
Foi também uma das maiores vitórias de uma seleção alemã em palcos de Copa do Mundo em mais de cem anos de história. Seis anos depois, a partida em Belo Horizonte já ganhou status de lenda.
Frankfurter Allgemeine Zeitung - Como Bolsonaro explora politicamente sua própria doença, 08/07/2020
As cenas diante do palácio presidencial não deixam entrever qualquer mudança de atitude do presidente brasileiro. Ao contrário: Bolsonaro parece usar sua infecção para apresentar o vírus, com base no próprio caso, como a gripezinha que, desde o início da pandemia, ele diz que o vírus é.
Essa exploração da própria doença por parte do presidente desperta dúvidas. Não só adeptos de teorias da conspiração perguntam se tudo não passa de uma encenação. Numa pesquisa recente, 80% dos consultados disseram não acreditar sempre no presidente. Até agora, Bolsonaro é a única fonte do resultado positivo do teste.
Nas redes sociais, a “milícia digital” de Bolsonaro se empenha desde terça-feira em angariar apoio ao presidente. Mas, depois de o resultado do teste ter sido divulgado, incontáveis brasileiros festejaram o coronavírus no Twitter e no Facebook. E não poucos desejaram que ele vença Bolsonaro.
Esses votos chegaram até a mídia estabelecida. Numa coluna no renomado diário Folha de S. Paulo, o autor argumentou que a morte de Bolsonaro salvaria milhares de outras vidas e seria, por isso, desejável. Argumentos como esse dão testemunho do clima político envenenado no Brasil. E tornam mais fácil para Bolsonaro apresentar seus adversários como radicais e um perigo para o país.
Der Spiegel - Pego, (08/07)
Para um homem que acabara de receber o diagnóstico de covid-19, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro parecia surpreendentemente bem-humorado quando, de tênis e uma camisa azul folgada, se apresentou diante do microfone de alguns jornalistas escolhidos.
"É como a chuva”, disse, "uma hora ela te pega”. Aí ele tirou a máscara, deu um passo para trás e sorriu: "Para vocês verem a minha cara. Estou bem.”
Era uma provocação, mesmo nessa hora, mas ela combina com o comportamento desse homem, que desde o início da pandemia minimiza a covid-19 como uma gripezinha que não pode fazer nada a alguém como ele.
Tagesschau.de - Sem motivos para se alegrar com a desgraça alheia, (08/07)
Minimizar a pandemia é, há semanas, a principal ocupação de Jair Bolsonaro. Isso quando ele não está impedindo investigações direcionadas contra seus filhos. Bolsonaro nunca levou o coronavírus a sério, minimizou-o como gripezinha e visitou de propósito estabelecimentos comerciais, tirou selfies com fãs e até mesmo foi abraçado por eles.
Agora ele também foi pego pelo vírus. Mas não há nenhum motivo para se alegrar com a desgraça alheia - e não só por nobreza de caráter, mas porque é muito provável que Bolsonaro ainda pode tirar proveito dessa infecção.
Se ele não for parar numa UTI, como Boris Johnson, a infecção vai ser água no moinho de Jair Bolsonaro. Ele vai sentir confirmada sua posição de que a doença, na maior parte dos casos, evolui como uma gripezinha. Ele vai apresentar a si mesmo como exemplo da inocuidade da infecção e como comprovação do curso por ele adotado, de rejeitar todos os bloqueios e fechamentos.
Die Welt - Um fator vai decidir o destino de Bolsonaro, (07/07)
A oposição brasileira tem dificuldades para fazer frente a Bolsonaro. Isso ocorre sobretudo porque o campo dos críticos do presidente está dividido, suas lideranças estão envelhecidas e, assim, praticamente não há comando.
Nas ruas do Rio de Janeiro, de São Paulo ou de Belo Horizonte, a oposição procura alternativas para a política de Bolsonaro. Nas manifestações estão presentes aqueles que abertamente simpatizam com as ditaduras de esquerda na Venezuela e em Cuba, mas também representantes do campo social-democrata, que busca um recomeço com base em valores democráticos.
O fator decisivo na eleição de daqui a dois anos e meio será o centro político, que em 2018 se distanciou decepcionado da esquerda e se voltou para Bolsonaro.
AS/ots
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