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O Brasil na imprensa alemã (06/03)

6 de março de 2019

O tom político dos desfiles no Sambódromo do Rio de Janeiro, a tragédia de Brumadinho e o medo da homofobia entre os foliões homossexuais do Carnaval brasileiro são alguns dos temas abordados.

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Carnaval de rua do Rio de Janeiro
Referências políticas foram vistas também no Carnaval de rua do Rio de JaneiroFoto: Reuters/P. Olivares

Frankfurter Allgemeine Zeitung – Resistência no Sambódromo, 04/03/2019

Já em décadas anteriores, algumas escolas de samba criticaram as autoridades e a situação do país. Nos dois anos passados, muitas escolas redescobriram o potencial crítico do Carnaval. Os conteúdos se tornaram mais políticos. Isso pôde ser visto há um ano, quando a Paraíso do Tuiuti colocou no centro do seu desfile a questão se a escravidão de fato foi abolida no Brasil. Outra escola cantou uma canção sobre o prefeito evangélico e conservador do Rio de Janeiro, que não acompanha os festejos pecaminosos na sua cidade, mas viaja no Carnaval.

Também neste ano muitas escolas de samba fizeram uso da liberdade da folia. Homens de gravata desfilaram pelo Sambódromo, acompanhados de dançarinas em fantasias na cor laranja (no Brasil, laranja significa testa de ferro) – uma alusão a candidaturas dúbias no partido de Jair Bolsonaro. Desde que a Mangueira anunciou seu samba-enredo, o Rio aguarda com ansiedade o desfile da tradicional escola de samba, que passa pelo Sambódromo nesta segunda-feira. A Mangueira vai dedicar sua apresentação aos heróis esquecidos e às páginas que faltam nos livros de história, nos quais todas as conquistas são atribuídas à elite. A liberação dos escravos, por exemplo, não é atribuída apenas a um ato de boa vontade da Princesa Isabel, mas sobretudo à luta pela liberdade de inúmeros heróis que foram deixados de lado na hora de contar a história.

Handelsblatt – Vale teria afastado empresa certificadora antes do rompimento de barragem, 05/03/2019

A mineradora brasileira Vale cancelou o contrato com uma empresa de certificação meses antes da catástrofe envolvendo o rompimento de uma barragem por causa da negativa de conceder um certificado de segurança, segundo a acusação. Isso consta em documentos da promotoria em que esta justifica sua exigência de afastar diretores da Vale.

Depois de inspetores da Tractebel, uma filial da francesa Engie, terem classificado uma barragem de não segura, a Vale comunicou que não iria mais contratar os avaliadores. A justificativa apresentada foi divergências nos critérios usados para avaliar a segurança geotecnológica, como comunicou a acusação, com base em testemunhas não identificadas.

No lugar, a Vale contratou a alemã TÜV Süd, a qual aprovou a barragem que, ao romper, custou a vida de centenas de pessoas.

Tagesschau.de – Fantasia sobre a fantasia – como disfarce, 28/02/2019

Colorido e tolerante – é assim que o carnaval do Rio gosta de se apresentar. Mas essa imagem ganhou um arranhão: gays e lésbicas têm medo de festejar abertamente como antes faziam. O principal motivo é o novo presidente.

Em vez de mais aceitação, homossexuais estão vivenciando ventos contrários. Principalmente desde a campanha eleitoral do hoje presidente Jair Bolsonaro, no ano passado. Ele incitou obsessivamente contra gays e lésbicas, afirmando que eles querem destruir a família tradicional e até mesmo tentam inverter crianças pequenas e transformá-las em homossexuais – declarações como essas foram um dos principais pilares de sua campanha eleitoral.

AS/ots

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