Número de mortos em Gaza chega a 40 mil
16 de agosto de 2024Os Estados Unidos saudaram um "início promissor” das negociações para um cessar-fogono conflito entre Israel e o grupo radical islâmico Hamas. Elas começaram em Doha, Catar, nesta quinta-feira (15/08), mesma data em que o número de mortos no território palestino sitiado ultrapassou 40 mil, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
O órgão subordinado ao Hamas, que não diferencia entre vítimas civis e combatentes, frisou que a contagem incluía 40 mortes nas últimas 24 horas. Cerca de 92,4 mil ficaram feridos até agora no conflito. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, considerou o resultado "mais um motivo” para um cessar-fogo imediato.
Por sua vez, os militares israelenses calculam que mataram "mais de 17 mil” no enclave palestino desde o início da guerra desencadeada pelo ataque terrorista do Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023. O mês de agosto ficou marcado pela morte do número 2 do Hamas em Gaza, Mohammed Deif, durante um bombardeio israelense, e por um ataque a uma escola no território palestino, que deixou 90 mortos.
Negociações travadas
As conversas em Doha envolvem, além dos Estados Unidos, uma delegação do Egito e de Israel para negociar uma interrupção no conflito que atravessa uma nova escalada.
Osama Hamdan, porta-voz do Hamas, declarou que o movimento não participou da reunião, e que só aceitaria negociar os termos de um plano de trégua proposto no fim de maio pelo presidente dos EUA, Joe Biden.
Nesse plano de três fases, o Hamas libertaria dezenas de reféns capturados no ataque de 7 de outubro em troca de um cessar-fogo duradouro, a retirada das forças israelenses de Gaza e a libertação de palestinos presos por Israel.
Ambos os lados concordaram em princípio com a proposta apresentada por Biden, mas o Hamas rejeitou novas exigências de Israel, que incluem uma presença militar duradoura ao longo da fronteira com o Egito e com Gaza, onde os palestinos que retornam às suas casas seriam revistados.
Até o momento, houve apenas uma trégua no conflito, em novembro, quando o Hamas libertou 105 reféns capturados no ataque sem precedentes, em troca de 240 prisioneiros palestinos mantidos em prisões israelenses.
Abbas promete visitar Gaza
Discursando numa sessão extraordinária do Parlamento da Turquia, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, prometeu nesta quinta-feira visitar Gaza e Jerusalém para protestar contra a guerra no enclave.
Na ocasião, Abbas acusou os Estados Unidos de prolongarem a "catástrofe", ao apoiar Israel e vetar resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
"Decidi ir com os membros da Autoridade Palestina à Faixa de Gaza. Farei todos os esforços para que todos nós possamos estar com o nosso povo, a fim de impedir essa agressão bárbara, mesmo que isso custe nossas vidas."
gq/ra/av (AFP, AP, Reuters)