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Número de brasileiros barrados na Europa cresce 9,5%

6 de agosto de 2017

No primeiro trimestre do ano, 923 cidadãos do Brasil têm entrada negada em aeroportos europeus, atrás apenas dos albaneses. Maior parte das negativas ocorre na Espanha.

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Symbolbild Flughafen Madrid Schengenvisum
Foto: picture-alliance/dpa

O número de brasileiros barrados ao chegarem a aeroportos europeus cresceu 9,5% no primeiro trimestre de 2017 em comparação com o mesmo período do ano passado. Ao todo, 923 brasileiros foram impedidos de entrar entre janeiro e março. No primeiro trimestre do ano passado, foram 843 pessoas.

Os dados fazem parte de um relatório da Agência Europeia de Gestão da Cooperação Operacional nas Fronteiras Externas, conhecida como Frontex, que foi divulgado nesta semana. A agência representa os estados-membros da União Europeia e aqueles associados ao Espaço Schengen em questões de controle de fronteira.

A Frontex não detalhou em que circunstâncias os brasileiros foram barrados. A maior parte das negativas ocorreu na Espanha, segundo a agência, que não especificou quantos tiveram a entrada recusada nesse país. 

Em seu relatório, a agência posicionou os brasileiros em segundo lugar no ranking das dez nacionalidades que mais foram barradas nos aeroportos europeus nos primeiros três meses deste ano. Os brasileiros ficaram apenas atrás dos albaneses, que registraram 2.163 pessoas que foram mandadas de volta. Em terceiro lugar estão os colombianos, com 623 pessoas.

A presença de tantos brasileiros ajudou a puxar a média de latino-americanos que tiveram a entrada recusada na Europa. Segundo a Frontex, o número de passageiros da América Latina barrados nesse semestre saltou 40% em relação ao mesmo período de 2016. "A maior parte das recusas foram emitidas para cidadãos do Brasil, da Colômbia e da Venezuela", disse a agência em seu relatório.

Tendência 

Em todo o período de 2016, 3.694 brasileiros foram barrados quando chegaram aos aeroportos da Europa. Após registrarem uma tendência de queda a partir de 2009 – quando 7.956 brasileiros tiveram a entrada barrada –, os números voltaram a subir em 2015, quando 2.598 foram parados ao chegar. A data coincide com o desaceleramento da economia brasileira e o início da crise política que passou a assolar o país.

A tendência de aumento de recusas se manteve no ano seguinte. Mas mesmo em momentos de crescimento econômico recente, o Brasil praticamente nunca deixou os rankings da Frontex que listam os dez países com maior número de barrados em aeroportos na Europa. Só a posição variou. Entre 2009 e 2012, o país ocupou o primeiro lugar. Em 2014, chegou a ocupar um quarto lugar, mas em 2015 e 2016 passou para a segunda posição nessa categoria – o primeiro lugar é, de novo, da Albânia.

Já no ranking geral, que além dos aeroportos inclui também as fronteiras de terra e mar, os brasileiros não apareceram no primeiro trimestre de 2017. As primeiras posições foram dominadas por russos, ucranianos, albaneses e sérvios, entre outros. Nessa lista mais ampla, os brasileiros – que chegam praticamente só pelos aeroportos – ficaram de fora no acumulado registrado em 2014 e 2016 após aparecerem em diversos anos. Em 2015, ocuparam o nono lugar. 

Entre as razões listadas pela Frontex para barrar estrangeiros nos aeroportos estão problemas com o visto, impossibilidade de comprovar recursos mínimos para permanecer na Europa, uso de documentação irregular ou falsa e a presença em listas de alerta sobre potenciais ameaças criminais ou terroristas.

Em seus relatórios, a agência apenas detalha alguns dados sobre recusas envolvendo nacionalidades específicas. No caso dos brasileiros, a Frontex apontou que, no último trimestre de 2016, por exemplo, 9,7% de 1.092 cidadãos do Brasil tiveram a entrada barrada na Europa por falta de visto válido.