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Não há plano B para acordo nuclear com Irã, diz Macron

22 de abril de 2018

Antes de visita de Estado aos EUA, presidente francês antecipa temas a abordar com Trump. Em meio a tensões com Moscou, afirma que Putin é um "presidente forte", mas com uma ideia diferente de democracia.

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Emmanuel Macron se prepara para encontro com Trump em Washington
Emmanuel Macron se prepara para encontro com Trump em WashingtonFoto: Reuters/F. Lenoir

O presidente francês, Emmanuel Macron, inicia nesta segunda-feira (23/04) uma visita de três dias a Washington, com uma agenda especialmente cheia de atos protocolares em um momento "forte da política internacional".

Trata-se da primeira visita de Estado de um dirigente aos Estados Unidos desde que Trump chegou à Casa Branca, reflexo das boas relações entre os líderes.

Macron apelou neste domingo a seu homólogo americano, Donald Trump, para que mantenha o acordo nuclear com Teerã, argumentando que não há um "plano B".

Trump prometeu retirar-se do acordo com o Irã até 12 de maio, caso os negociadores dos Estados Unidos e europeus não se empenhem em reparar o que ele chama de "falhas sérias" no documento.

Numa entrevista à emissora Fox News, o presidente francês reconheceu que o acordo de 2015, que restringe as ambições nucleares iranianas, é "imperfeito", mas disse não ver opção melhor.

Na entrevista, Macron também contestou as novas tarifas alfandegárias que Trump ameaçou impor a partir de 1º de maio, considerando que não se faz "guerra comercial com aliados". 

A luta contra o terrorismo, o futuro político da Síria e um acompanhamento da situação no país após a operação militar conjunta que a França lançou contra instalações de armas químicas junto aos EUA e o Reino Unido também devem ser tema do encontro.

Macron sobre Putin: "Eu o respeito. Eu o conheço. Sou lúcido"

Em face ao aumento das tensões entre os países ocidentais e Moscou, Macron alertou que o chefe de Estado russo, Vladimir Putin, é um "presidente forte", diante do qual "não devemos nunca nos mostrar fracos, senão ele se aproveita disso".

"Ele é forte e inteligente, mas não é ingênuo", continuou, avaliando o seu homólogo russo como "obcecado" com a interferência na democracia dos outros países.

"Ele intervém em todos os lugares, quero dizer, na Europa e nos Estados Unidos, para enfraquecer as nossas democracias, pois acha que isso é bom para seu país", acrescentou, sublinhando: Putin "tem uma ideia de democracia que não é a minha". "Eu o respeito. Eu o conheço. Sou lúcido", concluiu.

O confronto entre o Ocidente e a Rússia atingiu níveis sem precedentes desde o fim da Guerra Fria depois do envenenamento do ex-agente duplo russo Sergei Skripal na Inglaterra, em 4 de março. A crise culminou contra uma ofensiva com mísseis dos EUA, França e Reino Unido contra o regime de Damasco, aliado de Moscou, em resposta a um suposto ataque químico contra civis.

AV/afp,lusa

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