Drogadição
13 de novembro de 2010Mais de 5% dos alemães consumiram algum tipo de droga ilegal nos últimos 12 meses, de acordo com o Centro Alemão de Monitoramento de Drogas e Drogadição (DBDD). Porém a tendência é decrescente: o levantamento de 2009 apresenta o crescimento de apenas 0,1% em relação à pesquisa anterior, realizada em 2006.
O relatório anual do DBDD e de seu parceiro europeu EMCDDA, publicados na segunda semana de novembro, mostram similaridades no consumo de drogas na Alemanha e no resto da Europa. O uso de drogas ilegais é relativamente estável: 26,7% dos alemães admitem havê-lo praticado alguma vez na vida, contudo apenas 2,6% no ultimo mês.
"Podemos encarar esses resultados como positivos", declarou Stephanie Floeter, pesquisadora associada ao DBDD. "O consumo de algumas drogas ilegais tem caído continuamente nos últimos anos."
Fome por cocaína
A droga favorita é a maconha. A cocaína continua sendo a segunda mais popular, pelo menos 4 milhões de consumidores na Europa.
Apesar de o consumo de cocaína e anfetaminas terem crescido um pouco na Alemanha, o número não chega perto do registrado em outros membros da União Europeia.
Segundo Roland Simon, do Centro Europeu de Monitoramento de Drogas e Drogadição (EMCDDA), os alemães não estão entre os maiores consumidores de narcóticos da Europa.
Ele explicou à Deutsche Welle que a cocaína tem um papel muito forte em todo continente, e que em média, 1,3% da população da UE a consome. Na Alemanha, essa porcentagem é de 0,6%. Simon acrescentou que os grandes consumidores, como a Espanha e a Inglaterra, elevam a média do uso de cocaína no continente.
Novas drogas legais
Ambos os relatórios alertam para o perigo de novas drogas legais que estão se tornando cada vez mais populares. Sua exportação e importação são legais e elas são frequentemente vendidas misturadas a outras substâncias.
"Novas drogas surgem a todo o momento", declarou Floeter, "sejam sintéticas, feitas de plantas e ervas – como o spice – ou que imitam o ecstasy, como a PMA [para-metoxianfetamina]". Pílulas contendo PMA, PMMA ou PCP são muitas vezes indistinguíveis do ecstasy (metilenodioximetanfetamina ou MDMA): a diferença é que são legais.
"Essas novas drogas dão liberdade aos traficantes: eles faturam sem o risco de estar vendendo substâncias ilegais" analisou Simon. As novas drogas invadem rapidamente as ruas, driblando as leis: em 2009 24 novas drogas foram detectadas, este ano são 31.
"Há um perigo muito particular nessas novas pílulas. Elas geralmente têm um efeito retardado", declarou a comissária antidrogas do governo alemão Mechthild Dyckmans. "As pessoas tomam uma e, como aparentemente não há nenhum efeito, tomam outra. As consequências para a saúde são graves."
Autora: Catherine Bolsover (mas)
Revisão: Augusto Valente