Negociação sobre acordo nuclear iraniano termina sem avanço
21 de março de 2015Depois de uma semana de negociações com o Irã, o secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou neste sábado (21/03) que as conversas sobre o programa nuclear iraniano tiveram um "progresso substancial", mas ainda restam "lacunas".
"Agora é hora de tomar decisões duras", afirmou Kerry em Lausanne, na Suíça. Ele reforçou que as potências do G5+1 (EUA, China, Alemanha, França, Rússia e Reino Unido) não têm divergências sobre o acordo com Teerã.
"Nós estamos unidos. Os Estados Unidos não estão com pressa para chegar a um acordo com o Irã", disse o político democrata.
Nos últimos dias, surgiram rumores de divergências entre as potências em relação ao acordo. A França teria insistido num período de restrições mais longo para o uso nuclear por Teerã, e também se oposto à suspensão de algumas sanções da ONU, logo após a assinatura do documento.
Após seis dias interruptos de negociações entre Washington e Teerã em Lausanne, impasses sobre pesquisa nuclear e o fim das sanções levaram a rodada a terminar na sexta-feira sem avanços.
Apesar de as partes ainda terem alcançado um acordo, Kerry foi otimista, no entanto, ao afirmar que não foram cometidos erros e que há chance de fazer tudo corretamente.
"Nada que não possa ser resolvido"
O presidente do Irã, Hassan Rohani, também se mostrou otimista, após o fim de mais uma rodada de negociações sem resultado. "Acredito que um acordo seja possível. Não há nada que não possa ser resolvido", declarou à agência de notícias estatal Irna.
"Nesta rodada, houve diferenças sobre algumas questões, mas surgiram pontos de vista comuns que podem ser a base de um acordo final", disse Rohani, ressalvando que alguns pontos de divergência ainda persistem.
Juntamente com as seis potências do G5+1, Teerã pretende chegar a um acordo sobre o controverso programa nuclear iraniano até o fim deste mês. O grupo volta a se reunir na próxima quinta-feira.
O acordo deve estipular que o Irã só poderá enriquecer urânio como reator combustível sob controle internacional. Em troca, sanções econômicas impostas há anos à república islâmica serão suspensas. A expectativa é que o documento seja assinado no final de junho, apesar da oposição de Israel e da Arábia Saudita, rivais regionais de Teerã.
CN/rtr/afp/lusa