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Genocídio armênio

12 de outubro de 2006

O Parlamento da França aprovou nesta quinta-feira, por 109 a 19 votos, uma lei para punir com um ano de prisão e multa de 45 mil euros quem negar o genocídio de armênios pelos otomanos entre 1915 e 1923.

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Lei francesa causa protestos na TurquiaFoto: AP
Proteste in der Türkei gegen französisches Völkermord-Gesetz
Lei francesa causa protestos na TurquiaFoto: AP

O Parlamento da França aprovou nesta quinta-feira (12/10), por 109 a 19 votos, uma lei para punir com um ano de prisão e multa de 45 mil euros quem negar o genocídio de armênios pelos otomanos entre 1915 e 1923. O texto ainda depende da aprovação no Senado e da sanção do presidente Jacques Chirac, mas já está causando protestos na Turquia.

A decisão ganhou um peso adicional pelo fato de o escritor turco Orhan Pamuk ter sido distinguido com o Prêmio Nobel de Literatura nesta quinta-feira. Pamuk chegou a ser processado na Turquia por suas opiniões sobre o comportamento do pais em relação aos armênios.

O governo turco interpretou a aprovação do projeto de lei como um golpe nas relações entre os dois países-membros da Otan e ameaçou impor um boicote a produtos franceses. A França exportou produtos no valor de 4,6 bilhões de euros à Turquia em 2005.

O Ministério turco das Relações Exteriores acusou os parlamentares franceses de levantar falsas acusações. Na quarta-feira (11/10), a polícia teve de proteger a entrada da Embaixada da França em Ancara contra uma multidão que protestava contra a votação.

Algumas vozes na Turquia sugeriram que o Parlamento turco votasse uma lei similar, condenando os massacres cometidos pela França durante a colonização da Argélia, mas o primeiro ministro Recep Tayyip Erdogan rejeitou a idéia.

Ativistas armênios e historiadores independentes afirmam que, durante o colapso do Império Otomano (1915 a 1923), entre 1 milhão e 1,5 milhão de civis armênios foram assassinados. Quase um século depois, a Turquia continua negando que tenha acontecido um genocídio dos armênios.

A União Européia teme que a decisão do Parlamento francês dificulte o diálogo com a Turquia na questão dos armênios e as negociações para o ingresso do país no bloco. O governo francês distanciou-se da lei e quer bloquear o texto no Senado.

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