Perto do fim?
9 de junho de 2011A epidemia que desde maio vem assustando a Alemanha começa a enfraquecer, segundo autoridades alemãs. O Instituto Robert Koch confirma que, nos últimos dias, o número de novos casos de EHEC vem caindo.
A quantidade de novos pacientes vem diminuindo especialmente nos estados mais atingidos, como Baixa Saxônia, Schleswig-Holstein e Hamburgo. Os hospitais estariam registrando cada vez menos pacientes com diarreia hemorrágica, disse nesta quinta-feira (09/06) uma fonte do Instituto Robert Koch, que centraliza as investigações relacionadas a doenças infecciosas na Alemanha.
O alerta para que a população evite brotos de verduras, saladas de folhas, pepino e tomate cru continua, assim como a busca pelo foco de transmissão da doença. Ainda não há pistas concretas sobre a contaminação. Os pepinos contaminados encontrados no lixo de uma família em Magdeburg ainda não trouxeram fatos novos.
Dificuldades na detecção
As chances de a fonte desta epidemia de EHEC não ser esclarecida são grandes. Segundo informações do Instituto Federal de Avaliação de Risco (BfR, do alemão), apenas um quarto dos surtos que aconteceram anteriormente no país tiveram suas fontes de contaminação comprovadas. A razão para isso é que os alimentos que transmitiram a bactéria já foram consumidos ou foram eliminados, já que o tempo de incubação é de até 10 dias.
Apesar da retração do números de casos diários, a quantidade de doentes ainda é grande. Nesta quinta-feira, foram confirmadas mais três mortes na Alemanha, aumentando para 29 o número de vítimas fatais no país. Dos 2,8 mil pacientes infectados com EHEC desde 1º de maio, 722 casos evoluíram para a síndrome hemolítico-urêmica (HUS, do inglês), a mais grave forma da doença.
Espanha desiste de indenização
A Espanha também não pretende mover uma ação indenizatória contra a Alemanha. Sobre a ação privada dos agricultores contra o estado de Hamburgo, no entanto, o governo espanhol não tem qualquer ingerência, afirmou o secretário espanhol para assuntos europeus, Diego Lopez Garrido.
Segundo Garrido, que se reuniu com o vice-ministro alemão das Relações Exteriores, Werner Hoyer, "o governo alemão se comprometeu a recuperar, na Alemanha, o prestígio e a confiança nos produtos espanhóis, através de medidas concretas de promoção que o governo espanhol já está organizando".
Sobre o alerta das autoridades de Hamburgo de que os pepinos da Espanha estariam contaminados, Garrido afirmou apenas que "foram cometidos erros". A Alemanha importa 25% da produção espanhola de verduras.
MS/dpa/dapd
Revisão: Roselaine Wandscheer