Móveis made in Germany
19 de janeiro de 2004Aumentar o faturamento em 3% é a expectativa dos fabricantes alemães, que se mostraram otimistas na inauguração da IMM (Internationale Möbel Messe), a Feira Internacional de Móveis, em Colônia, nesta segunda-feira (19). Ela reúne 1368 expositores de 48 países e vai até 25 de janeiro. Voltada para os negócios do ramo, a feira abre suas portas ao público em geral nos dois últimos dias.
Preços mais altos e fim das dispensas
"A necessidade de substituição de móveis não pode ser adiada indefinidamente", disse Günter Härtl, presidente da Federação das Indústrias Moveleiras Alemãs (VDM). A Alemanha tem cerca de 1300 fabricantes de móveis, com 128 mil funcionários atualmente. Esse número representa uma queda de 7% em relação ao final de 2002. Härtl não conta com novos cortes de empregos este ano, pois há sinais de que a demanda está aumentando.
"A feira mostra uma série de novidades que estarão nas lojas no segundo trimestre. Se isso coincidir com a reforma fiscal, quando as pessoas terão mais dinheiro no bolso, teremos uma demanda maior", prevê Dirk Klaas, gerente da VDM. Quem quiser trocar a mobília, contudo, deve contar com um aumento de preços de até 5%.
Apostando na exportação
O ramo registrou uma queda de faturamento por cinco anos consecutivos. Em 2002, a diminuição foi de 9,2%. Os dados de 2003 ainda não estão disponíveis, mas a estimativa da federação é de uma queda de 1,5% para cerca de 20 bilhões de euros.
Exportar para a Ásia e a Europa Oriental pode ser a solução para reativar os negócios. "Made in Germany é um selo de qualidade com alto valor, o que também inclui os móveis", diz Klaas, de olho na exportação principalmente para a China, Polônia, República Tcheca e a Rússia.
Com a reunificação das duas Alemanhas, esse foi o foco de atividade dos fabricantes durante a década passada, que descuidaram da exportação, segundo expõe. Há cinco anos, apenas 12% da produção alemã de mobília era exportada. No ano passado, a cota passou a 25% e, em 2004, a meta é atingir 28%.
Na Ásia e na Europa Oriental há um número cada vez maior de pessoas que almejam um padrão de vida ocidental - diz Dirk Klaas - e querem cercar-se de bons móveis. Acompanhando essa tendência, a indústria alemã pretende marcar presença mais fortemente nas feiras de móveis no exterior.
Vale tudo, o estilo do novo milênio
Quem folheia as revistas de decoração de interiores na Alemanha, não consegue definir um estilo em moda. Hoje em dia, "tudo é possível, tudo é permitido" e praticamente não há tabus, diz Ursula Geismann, que é responsável pelas tendências na VDM. Stilmix, a mescla de estilos, é, portanto, a palavra de ordem na Feira Internacional de Móveis em 2004.
Na compra de móveis para casa ou apartamento, as pessoas querem expressar seu estilo de vida, fugindo das mobílias padronizadas e conjuntos completos. Nesse sentido, hoje uma vitrine japonesa envernizada já não distoa ao lado de uma cômoda antiga da vovó.
"Ao mobiliar seu espaço, os alemães hoje misturam objetos de várias culturas, conciliando, por exemplo, a tradição asiática com a modernidade ocidental", comenta Ursula Geismann, lembrando que não é raro se encontrar um futon japonês ao lado de um moderno sistema de estantes ou armários.
Espaço e funcionalidade
Hoje, imperam a funcionalidade e a comodidade dos móveis, enquanto nas décadas de 80 e 90 o elemento central era o design. Outra tendência é que "o tema wellness está se deslocando para a sala de estar". Isto é, com uma vida atribulada, o cidadão quer poder retirar-se para o próprio ninho e ali sentir-se bem. Isso implica em novos móveis, e está apenas começando.
Móveis multifuncionais, como a poltrona reclinável para assistir TV e que ao mesmo tempo faz massagens, também estão em moda. "A vida urbana em apartamentos pequenos, geralmente no centro das cidades, dita o fim da divisão clássica em sala, quarto, escritório e cozinha", expõe Udo Träger, da Feira de Colônia.
Isso leva as pessoas a buscar soluções originais para o espaço disponível. O sofá-cama torna-se imprescindível nesse contexto que coloca ainda escrivaninhas em plena sala e determina que computadores também sirvam de televisão.
E por falar em PC, a crescente parafernália de aparelhos – DVDs, caixas de som e afins –, exige móveis especiais que escondam o emaranhado de fios. Outro destaque é para a iluminação indireta. "Cada vez mais a iluminação é integrada aos móveis, a fim de criar um ambiente especial", menciona Ursula Geismann.