Tsunami, cinco anos
26 de dezembro de 2009Neste sábado (26/12), em todo o mundo, foram relembradas com preces, minutos de silêncio e cerimônias religiosas as 230 mil vítimas fatais do tsunami transcorrido há cinco anos no Oceano Índico, atingindo desde a Indonésia a Madagascar.
Familiares de vítimas da Alemanha, Suíça e Bélgica, assim como sobreviventes da catástrofe, participaram de uma cerimônia central em Düsseldorf, no oeste alemão, onde foram lidos os nomes das vítimas. Oficialmente, o tsunami causou a morte de 539 alemães. Treze continuam desaparecidos, segundo o Departamento Federal de Investigações (BKA, do alemão).
No dia 26 de dezembro de 2004, um maremoto no Oceano Índico com intensidade 9 na escala Richter causou ondas de até 30 metros de altura, que devastaram regiões costeiras de vários países, deixando milhões de desabrigados. Mais de 50 mil pessoas continuam desaparecidas. Somente na província indonésia de Acé morreram 170 mil pessoas.
Ajuda internacional à reconstrução prossegue
Cinco anos depois da tragédia, em muitos locais a reconstrução ainda não está encerrada. A Federação das Cruzes e Meias-Luas Vermelhas continua ativa no Sri Lanka, na Indonésia e nas Ilhas Maldivas, informou Al Panico, coordenador da organização. No Sri Lanka, por exemplo, a ajuda internacional só conseguiu chegar neste ano ao norte do país, após o fim da guerra civil, acrescentou.
Após a catástrofe, foi iniciada em todo o mundo uma campanha de doações sem precedentes. "Foi a maior campanha de ajuda já vista desde a reconstrução pós-Segunda Guerra", acredita Panico. Segundo ele, sua organização arrecadou 3,1 bilhões de dólares, com os quais se conseguiu ajudar 4,8 milhões de vítimas.
"Ajudamos os sobreviventes não apenas por alguns meses, mas em conjunto com eles lhes criamos novas perspectivas de vida", salienta Dietmar Roller, da Kindernothilfe (KNH), agência alemã de desenvolvimento da criança e do adolescente.
"Através de nossos parceiros e da própria população, construímos mais de 2.200 casas, 42 creches e cinco habitações para escolares", conta Roller. Segundo ele, teriam sido beneficiadas mais de 390 mil pessoas na Índia, Sri Lanka e Indonésia.
Ajuda "sustentável" de longo prazo
Segundo o coordenador da KNH para ajuda humanitária, Erhard Stückrath, discutiu-se com as populações locais a construção de prédios resistentes à violência das ondas, e sobre como montar sistemas de advertência eficientes nos pequenos lugarejos.
"As pessoas agora sabem melhor como podem se proteger de terremotos e inundações, e o que é importante no caso de uma catástrofe", salientou. O êxito das medidas já teria sido comprovado nas últimas semanas durante o ciclone em Bangladesh e o grave terremoto em Padang, há algumas semanas.
Para a Defesa Civil Alemã (THW), a ajuda após o tsunami no Sudeste Asiático representou a maior missão de sua história. Na Indonésia, os projetos foram concentrados na região de Acé, especialmente atingida pela catástrofe. Ali a THW construiu hospitais e escolas, consertou redes de abastecimento de água e reergueu vilarejos inteiros.
"Nossos projetos foram baseados na sustentabilidade, que é imprescindível para garantir a ajuda de longo prazo às pessoas", explicou o vice-presidente da entidade, Rainer Schwierczinski.
RW/dw/dpa/epd
Revisão: Augusto Valente