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Mulheres reconhecem a velhice mais tarde que homens

24 de abril de 2024

De acordo com pesquisa liderada por cientista alemão, mulheres têm a percepção de que a velhice começa, em média, dois anos depois que os homens. Diferença na expectativa de vida e estigmas podem ser a explicação.

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Casal de idosos observando uma paisagem
Estudo analisa como o sexo e o estado de saúde influenciam as diferenças na percepção da velhiceFoto: Neundorf/Kirchner-Media/picture alliance

Um estudo publicado pela Psychology and Aging, revista da Associação Americana de Psicologia, traz uma outra percepção sobre a velhice. Segundo a pesquisa, para os adultos de meia-idade (40 a 60 anos) e mais velhos, ter 70 anos já não tem o mesmo significado que antigamente. Para eles, a velhice agora começa mais tarde. O aumento da expectativa de vida e o atraso no ato de se aposentar podem explicar essa mudança na percepção do público sobre a chamada terceira idade.

Em relação à forma como o gênero influencia, o estudo constatou que as mulheres consideram que a velhice começa dois anos mais tarde do que os homens – e esta percepção tem aumentado ao longo do tempo.

Isso pode estar relacionado ao fato de as mulheres geralmente viverem mais tempo e também enfrentarem mais estigmas à medida que envelhecem. Markus Wettstein, da Universidade Humboldt de Berlim, que liderou a investigação, diz que as mulheres podem definir a velhice mais tarde para se distanciarem das conotações negativas associadas a ela.

Em geral, de acordo com Wettstein e sua equipe, os adultos de hoje sentem que a velhice começa mais tarde do que as pessoas nascidas nas décadas anteriores.

"A expectativa de vida aumentou, o que pode contribuir para uma percepção mais tardia do início da velhice. Além disso, alguns aspectos da saúde melhoraram ao longo do tempo, de modo que pessoas de uma determinada idade que eram consideradas velhas no passado podem não ser mais hoje", diz Wettstein.

Duas décadas e meia de pesquisa

A equipe, composta por investigadores das universidades de Luxemburgo, Stanford (Estados Unidos) e Greifswald (Alemanha), examinou dados de 14.056 participantes no Inquérito Alemão sobre o Envelhecimento, um estudo que inclui pessoas residentes na Alemanha nascidas entre 1911 e 1974.

Os participantes responderam perguntas até oito vezes ao longo de 25 anos (1996-2021), enquanto tinham entre 40 e 100 anos. À medida que as primeiras gerações da pesquisa entravam na velhice, a equipe recrutava novos participantes (com idades entre 40 e 85 anos).

Por que jovens de antigamente pareciam mais velhos?

Embora os participantes tivessem que responder muitas perguntas, a principal era: "com que idade você descreveria alguém como velho?"

Assim, os pesquisadores descobriram que, em comparação com os participantes nascidos mais no cedo, os que nasceram mais tarde percebiam a velhice mais tardiamente.

Por exemplo, quando os participantes nascidos em 1911 tinham 65 anos, definiram o início da velhice aos 71 anos. Em contrapartida, quando os participantes nascidos em 1956 tinham os mesmos 65 anos, diziam que a velhice começava, em média, aos 74.

Os investigadores também descobriram que a tendência para perceber o início da velhice mais tarde diminuiu nos últimos anos.

"A tendência para adiar a velhice não é linear e pode não continuar necessariamente no futuro", conclui Wettstein.

Quanto mais velho você for, mais longe estará a velhice

Os pesquisadores também analisaram como a percepção dos participantes sobre a velhice mudava à medida que eles envelheciam

Segundo o estudo, a resposta dos participantes com 64 anos era, em média, a de que a velhice começava aos 74,7 anos. Mas, quando esses mesmos participantes chegaram aos 74 anos, eles passaram a dizer que a velhice começava aos 76,8 anos. Em média, a percepção do início da velhice aumentou aproximadamente um ano para cada quatro ou cinco anos de envelhecimento real.

Foi descoberto também que as pessoas que se sentiam mais solitárias e tinham pior saúde e acabavam se sentindo mais velhas. Elas afirmaram que a velhice começava mais cedo, em média, do que aquelas que se sentiam menos solitárias, que tinham a saúde melhor e, portanto, se sentiam mais jovens.

Para os pesquisadores, os resultados podem ter implicações sobre quando e como as pessoas se preparam para o seu próprio envelhecimento e como encaram os idosos em geral.

enk/le (ots)

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