Moody's rebaixa Petrobras a grau especulativo
25 de fevereiro de 2015A agência de classificação de risco Moody's rebaixou nesta terça-feira (24/02) a nota da Petrobras de Baa3 para Ba2 – ou seja, a estatal perdeu o grau de investimento e passou para o grau especulativo.
A nova nota indica que investir na petrolífera brasileira passou a ser uma operação mais arriscada. Até recentemente, a Petrobras era considerada pelas agências de classificação de risco como um dos melhores e mais prestigiados negócios no Brasil.
"As crescentes preocupações com as investigações de corrupção e pressões por liquidez, que devem resultar em atrasos na entrega de balanços auditados, assim como as expectativas da Moody's de que a companhia será desafiada a fazer significativas reduções em sua alta carga de dívidas nos próximos muitos anos", afirma a agência.
A estatal poderá elevar sua classificação caso consiga administrar, de maneira "conclusiva", os riscos de liquidez a curto prazo, destacou a Moody's. Segundo a agência, a empresa deve lidar com questões relacionadas às investigações de corrupção, e não há expectativas de "significativas melhoras" na situação da Petrobras a médio prazo.
Das três maiores agências de classificação de risco, a Moody's é a primeira a rebaixar a nota da Petrobras. No início do mês, a Fitch havia rebaixado a classificação da petrolífera de BBB para BBB-, na iminência do grau de investimento, mesmo nível da Standard & Poor's.
Segundo o jornal Folha de São Paulo, a presidente Dilma Rousseff teria sido alertada sobre a possibilidade de rebaixamento da nota da Petrobras há um mês e, a fim de evitar a medida, teria escalado o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para tentar dissuadir a Moody's. Dilma estaria preocupada um risco de contágio da economia brasileira, afirma o jornal.
MSB/abr/afp