Monitoramento do cerrado
O cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, atrás da Amazônia.
Vida no cerrado
O cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, atrás da Amazônia. Com uma área de 2 milhões de quilômetros quadrados, essa formação que se assemelha, em partes, à savana africana se estende de norte a sul do Brasil, ocupando 24% do território. Com uma rica biodiversidade, o cerrado abriga espécies como onça-pintada, lobo-guará e cervo-do-pantanal, que vive em área úmidas
Flagrante de desmatamento
De agosto de 2018 a julho de 2019, o cerrado perdeu 6.484 km2, segundo dados do sistema de monitoramento do Prodes Cerrado do Inpe, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. O desmatamento é 2,26% menor que o verificado no ano anterior, mas com número absoluto muito próximo. Na foto, homens flagrados durante corte de árvores e retirada da madeira de uma área em Tocantins.
Campos de murundus
O cerrado cobre 91% do estado de Tocantins, que tem na agropecuária sua principal atividade econômica. Na foto, o plantio de arroz (direita) avança sobre campos de murundus (esquerda), tipo de vegetação nativa do cerrado encontrado em planícies que ficam parte do tempo debaixo d’água. O estado é o terceiro maior produtor de arroz do país.
Trabalho de campo
A qualidade do monitoramento do cerrado feito pelo Inpe é avaliada pelo Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento da Universidade Federal de Goiás. A análise inclui visitas a áreas de desmatamento detectadas pelos satélites. Na foto, pesquisadores se deparam com corte da vegetação nativa em curso - e que ainda não havia sido alertado pelos satélites.
Monitoramento
Quatro expedições de campo foram realizadas pela equipe da UFG para a avaliação da qualidade dos dados do monitoramento feito pelo Inpe. Ao todo, foram 367 visitas a áreas apontadas pelos satélites como desmatamento. Num dos pontos em Tocantins, uma plantação de arroz substitui o local identificado pelo sistema Prodes Cerrado como desmatamento em 2018 (foto).
Ilha do Bananal
Entre os rios Javaés e Araguaia, a Ilha do Bananal (TO) é a maior ilha fluvial do mundo com 25 mil km2. A região, que abriga um parque nacional e uma terra indígena, conta com ipucas, fragmentos florestais encontrados apenas nesta zona do cerrado. O uso intenso da água para irrigação de cultivos tem impactado o nível do Javaés e provocado conflitos na região.
Desmatamento anunciado
Ao longo das estradas no interior de Tocantins, é comum encontrar anúncios que oferecem serviços de desmatamento. Dos 768 alertas de derrubada da vegetação no cerrado emitidos por satélites de janeiro a setembro de 2019 no estado, 710 não tinham autorização dos órgãos competentes, segundo dados da plataforma MapBiomas.
Biodiversidade
A partir da década de 1970, o cerrado tornou-se a área mais importante para a produção de grãos, como soja, no país. O bioma também é vital para indígenas, ribeirinhos e comunidades quilombolas. O Ministério do Meio Ambiente estima que pelo menos 137 espécies de animais encontradas no cerrado estejam ameaçadas de extinção. O gavião-caboclo (foto) por enquanto está fora de risco