Momentos íntimos de Frida Kahlo
Apenas em raras ocasiões, a mexicana se deixou fotografar sem o tradicional traje mexicano. O museu Marta, na cidade alemã de Herford, exibe imagens da coleção privada da artista.
Frágil feminilidade
Frida Kahlo mostrou a poucas pessoas seu lado mais terno e indefeso. Momentos íntimos da artista foram captados somente pelo amante e fotógrafo Nickolas Murray. Ela teve a vida marcada por um grave acidente, operações e internações. O suntuoso colorido de sua obra contrasta com as imagens em preto e branco de sua vida cotidiana, que agora podem ser vistas no museu Marta, na alemã Herford.
"Querido Diego"
Frida Kahlo organizava suas fotos meticulosamente. A coleção inclui trabalhos de fotógrafos famosos, como Tina Modotti e Man Ray, e também registros da esfera privada da artista, como esta foto do pintor Diego Rivera, que foi seu marido. Ela marcou algumas de suas fotos favoritas com um beijo de batom ou anotando pensamentos ao lado da imagem.
Álbum de família
Quando Frida Kahlo era criança, álbuns de fotos com a capa em tecido ou couro eram imprescindíveis nas casas das famílias de classe média. O pai dela, Guillermo Kahlo, era fotógrafo e transmitiu à filha o amor por essa arte. Frequentemente, ela lhe servia de modelo.
Os pais
O pai de Frida Kahlo era alemão e emigrou para o México em 1891, onde se tornou um dos mais conhecidos fotógrafos do país. A mãe, Mathilde Calderón, tinha raízes espanholas e indígenas e uma inclinação "exagerada por coisas religiosas", criticava a filha.
Fotografia como consolo
O pai de Frida Kahlo era apaixonado pela filha e fez incontáveis retratos dela. Ela o acompanhou em várias ocasiões durante suas reportagens e o ajudava no processo de revelação das fotos. Assim, os pais tentavam fazer a filha esquecer sua deficiência, o pé direito deformado, sequela da poliomielite.
Pintando no hospital
Em 1925, a vida de Frida Kahlo mudou drasticamente devido a um grave acidente de ônibus. Uma barra de ferro perfurou seu corpo, e ela quase morreu em consequência das lesões. Obrigada a permanecer na cama, ela começou a pintar e a escrever um diário. Desde então, as estadas em hospital passaram a ser parte de seu cotidiano. Para poder pintar na cama, ela mandou fazer aparatos especiais.
Casal de artistas
Aos 22 anos, Frida Kahlo casou-se com o também pintor Diego Rivera, de 43 anos, que era o pintor mexicano de maior sucesso da época. Ela o admirava e o ajudava na realização de seus grandes murais. A grande diferença de idade não parecia importar. Ela a chamava de "minha pombinha" e adorava quando ela vestia o colorido traje típico mexicano.
Viagem aos EUA
Em 1932, Diego Rivera foi encarregado pela montadora de automóveis Ford de pintar um mural político. Ele era fascinado pelas formas abstratas do mundo industrial. Frida Kahlo viajou com ele aos EUA e, em São Francisco, ela realizou sua primeira exposição, que foi um sucesso. Mas a saudade do país natal era grande demais, e, em 1934, o casal retornou ao México.
Muitos amantes
Frida Kahlo não foi sempre feliz em seu casamento com Rivera, que tinha muitas aventuras amorosas. Eles se separaram e tornaram a se casar em 1940. A artista também teve muitos amantes. Um deles, o fotógrafo profissional Nikolas Muray, permaneceu sempre um fiel companheiro, tendo documentado a vida da artista até a morte dela, em 1954, aos 47 anos.
Valioso acervo fotográfico
O arquivo fotográfico privado de Frida Kahlo conta com cerca de 6.500 fotos. Somente em 2007, muito depois da morte da artista, a coleção foi apresentada ao público. O curador mexicano Pablo Ortiz Monasterio selecionou 241 delas para a exposição no museu Marta, em Herford, em cartaz até 10 de maio de 2015.