Moda na decoração é misturar

De almofadas redondas de pelúcia e altas lâmpadas de vime a cadeiras translúcidas de plástico acrílico e sofás sintéticos com iluminação interna, a tendência é misturar: na cozinha, na sala ou nos quartos, a individualidade e a coragem para ser diferente é o que conta na hora de escolher os móveis.

São estas as tendências expostas de 17 a 23 de janeiro na imm cologne, a Feira de Móveis de Colônia. Ponto de encontro de designers e decoradores, ela é a maior do mundo em sua categoria, com mais de 1300 expositores de 50 países e um público estimado em mais de 120 mil pessoas.

Quem hoje compra móveis quer "criar sua própria casa", baseado em "inspirações de bem-estar" cada vez mais individuais, na opinião da designer Nicola Stattmann. Ela é a única alemã integrante do grêmio internacional de especialistas que a organização da feira criou para analisar tendências mundiais e progressos relevantes na decoração de interiores.

Um novo luxo

A indústria parece confirmar as tendências apontadas pelo grêmio. "Veremos cada vez mais paisagens habitáveis em vez de móveis enfileirados na parede", aposta o diretor-geral da Confederação Alemã das Indústrias de Móveis, Dirk-Uwe Klaas. "Em tempos de insegurança econômica e terrorismo, as pessoas tendem a se recolher em suas casas", acrescenta.

Ele aponta um crescente interesse por um novo luxo, caracterizado por uma ocupação purista do espaço, com "elegância despretensiosa e simplicidade quase ascética". Como lâmpadas brancas de dois metros de altura e cadeiras leves de revestimento em rattan extra-fino. E por que não uma estante branca coberta com franjas de microfibra?

A multifuncionalidade continua sendo um dos principais critérios na escolha, embora agora combinada com a sensibilidade – por exemplo, poltronas massageadoras e armários com alto-falantes internos. O público alvo para este novo tipo de mobília, segundo Klaas, é composto por indivíduos bem-remunerados e com mais de 50 anos, mas também pela crescente parcela de solteiros que moram sozinhos.

Da cozinha para o mundo

Na cozinha, tudo de novo. Cada vez mais, ela se torna um espaço multimídia, equipada com televisão e computador. E o estilo futurista acompanha: a tradicional madeira vem cedendo espaço a misturas de materiais como alumínio, aço, granito, titânio e vidro.

Além disso, a ergonomia se torna um critério cada vez mais importante na organização espacial da cozinha. Ninguém mais deve precisar se inclinar, por exemplo, para utilizar a máquina de lavar roupa, a geladeira ou o forno de microondas, que passam a ocupar a metade superior do cômodo.