Merkel e Juncker descartam terceiro resgate para a Grécia
4 de março de 2015O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e a chanceler federal alemã, Angela Merkel, consideraram nesta quarta-feira (04/03) prematuro falar de um eventual terceiro programa de resgate para a Grécia, sublinhando que o importante é concluir o atual, dentro do acordo alcançado pelo Eurogrupo na semana passada.
Em Barcelona, o ministro espanhol da Economia, Luis de Guindos, havia dito que a Grécia não conseguirá retornar aos mercados financeiros em junho, término da atual ajuda financeira, e que poderia necessitar de um novo pacote, entre 30 bilhões e 50 bilhões de euros.
"Estes quatro meses (de extensão do atual programa de ajuda) foram por nós dados para ver qual é a real situação e começar a definir o que será o dia depois, que é um terceiro resgate", disse De Guindos.
Em Bruxelas, após uma reunião de trabalho, Juncker e Merkel sustentaram que o que interessa agora é a Grécia concluir de forma bem-sucedida o segundo programa, prolongado por mais quatro meses até junho, após um compromisso atingido na última reunião dos ministros das Finanças da zona do euro.
Ao lembrar que as três instituições [a antiga troica, formada por Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional] vão avaliar a implementação dos compromissos do acordo, a chanceler disse acreditar que estão reunidas todas as condições para que o acordo funcione.
Também Juncker considerou que toda a atenção deve ser dada à implementação do que foi acordado no Eurogrupo. "Acho que é realmente prematuro começar a especular sobre um terceiro programa, isso deveria ser evitado", comentou.
Merkel e Juncker disseram ainda que querem fechar o acordo de livre-comércio da União Europeia com os Estados Unidos, o TTIP, até o final de 2015. "Eu sublinhei isso hoje, aqui, nas discussões", afirmou Merkel. Juncker afirmou que a Comissão Europeia trabalha com o objetivo de chegar a um resultado até o final do ano.
Sobre a situação na Ucrânia, Merkel destacou que a UE continua empenhada no diálogo com a Rússia, mas voltou a admitir novas sanções se o acordo de paz falhar. "Se o acordo de Minsk for violado de modo flagrante, as sanções são uma opção a considerar", declarou.
Esta foi a primeira visita de Merkel à Comissão Europeia desde que Juncker assumiu o comando da instituição, que é o braço executivo da União Europeia, em novembro passado. Os dois negaram rumores na imprensa que afirmam que há diferenças profundas entre eles e fizeram questão de destacar o bom trabalho conjunto.
AS/lusa/apf/rtr