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Merkel diz querer parceria de "igual para igual" com latino-americanos

26 de janeiro de 2013

Além da presidente brasileira, Dilma Rousseff, a chanceler federal alemã também chega ao Chile para participar da cúpula entre a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia.

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Foto: Reuters

A interligação do Brasil e do Chile a partir dos oceanos Atlântico e Pacífico deve se tornar realidade em pouco tempo. Os debates em torno do corredor interoceânico foram aprofundados neste sábado (26/01) em Santiago, capital chilena, entre a presidente Dilma Rousseff e o presidente do Chile, Sebastián Piñera.

Durante reunião de trabalho que antecedeu a abertura da Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) – União Europeia (UE), Piñera apresentou um mapa à presidente brasileira ao retomar o debate sobre essa integração. Segundo Dilma Rousseff, depois de discutir "intensamente" o tema, os dois países vão começar a trabalhar pela integração dos principais portos marítimos.

Os presidentes do Brasil e do Chile assinaram diversos acordos durante o encontro, um deles de cooperação antártica, que estabelece parcerias científicas e o uso da base chilena no continente pelo Brasil, cuja base está sendo reparada após um incêndio sofrido no ano passado.

Antes do início da cúpula Celac-UE, no período da tarde, estavam previstos encontros bilaterais entre Dilma e os presidentes do México, Enrique Peña Nieto; da Argentina, Cristina Kirchner; e com a chanceler federal alemã, Angela Merkel.

Europa precisa se apressar

Na primeira visita de um chefe de governo alemão ao Chile depois de mais de 20 anos, o presidente chileno, Sebastián Piñera, recebeu com honras militares a chanceler federal alemã no palácio presidencial La Moneda, em Santiago.

Na ocasião, Piñera declarou: "A Europa é mais do que um dos dois principais parceiros comerciais. Nós partilhamos uma cultura com a Europa. Nós nos esforçamos por uma aliança sustentável com a UE."

No início de sua visita de quase dois dias ao Chile, Merkel declarou neste sábado que o rápido desenvolvimento dos países da Celac mostra à Europa "que precisamos começar a nos mexer", acrescentando que é necessário aumentar a competitividade e diminuir o endividamento dos países europeus.

Maior fórum ocidental sem EUA

A chanceler alemã disse ainda que queria uma "parceria estratégica de igual para igual" entre a União Europeia e os Estados da América Latina e Caribe. Mas ela advertiu que essa parceria dependeria de "mercados abertos, livre comércio e nenhum protecionismo."

No encontro com Dilma, Merkel afirmou querer discutir a melhor forma de se alcançar um acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul. As negociações estão emperradas por diferenças entre a UE e o Mercosul na agricultura – notadamente pelos subsídios europeus a agricultores, que minam os esforço sul-americanos de vender seus próprios produtos.

Desde 1999, os Estados da América Latina e do Caribe realizam encontros de cúpula com os países da União Europeia a cada dois anos. Trata-se do maior fórum ocidental sem a participação dos Estados Unidos.

Além de Merkel, estão presentes pelo lado europeu o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy; o primeiro-ministro francês, Jan-Marc Ayrault; o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy; e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.

CA/dapd/dpa/afp/abr
Revisão: Mariana Santos