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May crê que Brexit possa ser aprovado com mudanças

29 de janeiro de 2019

Parlamento britânico aprova emenda que tenta contornar cláusula sobre a questão da fronteira das duas Irlandas, que vem travando acordo de saída do Reino Unido da UE. Bloco rejeita renegociar.

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Britisches Parlament verhandelt Brexit
"Está claro que agora há uma rota que pode nos garantir a maioria desta casa para deixar a UE com um acordo", disse MayFoto: picture-alliance

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, afirmou nesta terça-feira (29/01) que a Câmara dos Comuns pode aprovar um acordo do Brexit se houver mudanças na cláusula que prevê uma salvaguarda para a fronteira com a Irlanda.

A líder do Partido Conservador chegou à conclusão depois da aprovação de uma emenda, com 317 votos a favor e 301 contra, que pede que o governo britânico renegocie com a União Europeia (UE) uma solução alternativa para a fronteira entre as Irlandas.

"Está claro que agora há uma rota que pode nos garantir a maioria desta casa para deixar a UE com um acordo", afirmou May, que reiterou que conversará com os líderes europeus sobre as discussões realizadas na Câmara dos Comuns.

No entanto, May admitiu que a tarefa será difícil porque a UE já afirmou que não renegociará o acordo. "Há pouco apetite por tal mudança na UE, e negociá-la não será fácil", afirmou May.

A indisposição dos europeus para renegociar foi reafirmada nesta terça-feira por um porta-voz do presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk. "O acordo de saída é e continua sendo a melhor forma de assegurar uma saída ordenada do Reino Unido da União Europeia. As conclusões do Conselho Europeu de novembro são muito claras neste ponto", disse Tusk, em comunicado.

Os deputados britânicos analisaram nesta terça-feira sete emendas ao acordo do Brexit firmado entre o governo do Reino Unido e a UE em novembro. Apenas duas foram aprovadas. A primeira delas, do conservador Graham Brady, faz referência à fronteira entre as Irlandas. A segunda, da também conservadora Carolipe Spelman, tenta evitar que a região deixe o bloco europeu sem um pacto.

Esta segunda emenda foi aprovada por uma estreita margem pela Câmara dos Comuns, com 318 votos a favor e 310 contra. Apesar de ser não vinculativa, ela mostrou que existe uma maioria no parlamento contra uma saída sem acordo.

"Eu concordo que não devemos sair sem um acordo. No entanto, a oposição simplesmente a uma saída sem acordo não é suficiente para impedi-lo", alegou a primeira-ministra, convidando a oposição, incluindo o líder do partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, a encontrar um entendimento.

Ao término da votação, May lembrou a derrota que sofreu em 15 de janeiro, quando o acordo inicialmente proposto por ela só ganhou o apoio de 202 parlamentares. Mas, desta vez, a premiê ressaltou que deixará a Câmara dos Comuns otimistas porque os deputados deixaram claro o que eles querem para o Brexit.

"Hoje, a maioria (dos deputados) disse que apoiaria um acordo com mudanças no 'backstop' (nome dado à cláusula sobre a Irlanda). O parlamento deixou claro que não quer uma saída sem acordo", afirmou a primeira-ministra após a votação.

A solução de salvaguarda "backstop" visa evitar controles alfandegários após o Brexit ao longo da fronteira entre a Irlanda, país membro da UE, e a Irlanda do Norte, província do Reino Unido.

Esta é uma medida temporária até que seja encontrada uma solução permanente, mas deputados conservadores receiam que seja aplicada por um tempo indeterminado, enquanto que o Partido Democrata Unionista (DUP) não aceita que a Irlanda do Norte cumpra regras diferentes das do resto do Reino Unido.

JPS/efe/lusa/ots

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