Marinha alemã quase abate drone dos EUA no Mar Vermelho
29 de fevereiro de 2024Uma fragata da Marinha alemã enviada para proteger navios comerciais no Mar Vermelho quase derrubou um drone dos Estados Unidos por acidente, segundo a imprensa alemã noticiou nesta quarta-feira (28/02).
O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, disse que a fragata Hesse, que chegou à região no fim de semana como parte de uma missão da União Europeia (UE) para ajudar a proteger o transporte marítimo internacional de ataques da mílica iemenita houthi, apoiada pelo Irã, abriu fogo depois que os esforços para identificar o drone desconhecido "não tiveram sucesso".
"O caso foi resolvido quando se descobriu que não era um drone hostil, o que só ficou claro a posteriori", disse o porta-voz do ministério da Defesa alemão, Michael Stempfle.
O drone só não foi atingido porque dois mísseis disparados erraram o alvo e caíram no mar devido a "um defeito técnico", segundo a revista alemã Der Spiegel, que também afirmou que o veículo aéreo não tripulado (VANT) em questão era um drone de reconhecimento Reaper dos EUA.
O que o drone dos EUA estava fazendo no local?
Sem citar fontes, a Der Spiegel especulou que a presença do drone na área pode estar relacionada com alguma "missão antiterrorista americana" sem ligação com a operação no Mar Vermelho. Segundo a revista, as autoridades militares veem o incidente de fogo amigo como um sinal de que a coordenação entre os aliados envolvidos em diversas ações na região ao redor do Iêmen "precisa ser melhorada".
O jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung acrescentou que é "do conhecimento geral que, na região, são utilizados drones de combate americanos que nada têm a ver com a operação no Mar Vermelho".
Com uma tripulação de 240 soldados e marinheiros alemães, a fragata Hessen teve mais sorte na quarta-feira, quando abateu com sucesso dois drones lançados pelos houthis num intervalo de 15 minutos. O navio chegou ao Mar Vermelho no fim de semana, depois que o Parlamento alemão (Bundestag) aprovou sua participação na missão.
Na quarta, Pistorius salientou que se mostrou correta, afinal, a decisão de enviar a fragata no início de fevereiro para que ela pudesse iniciar suas operações assim que o mandato fosse decidido.
A missão Áspide da UE – termo em grego que significa escudo – foi aprovada pelos ministros do Exterior do bloco europeu na segunda-feira. A operação prevê o envio de navios de guerra e sistemas aéreos de alerta ao Mar Vermelho, Golfo de Aden e territórios marítimos próximos.
Os navios têm ordens para disparar artilharia somente no caso de os houthis atacarem primeiro, além de poderem realizar disparos preventivos. O comando de operações da missão Áspide está localizado na cidade grega de Larissa.
ip/cn (AFP, DPA)