"Maracanã": futebol dançado estréia em Hamburgo
26 de janeiro de 2006Dança e futebol não são antíteses. Corpos suados, movimentação rápida e um belo show que funde arte com esporte. É o que viram os 900 espectadores da estréia do espetáculo Maracanã, na noite desta quarta-feira (25/01), no Centro Cultural Kampnagel, em Hamburgo.
Sob a direção de Deborah Colker, estrela da coreografia brasileira, 16 dançarinos – dez brasileiros e seis alemães –mostraram no palco uma energia e elegância comparáveis às melhores partidas de uma Copa do Mundo.
Dúvida do público
"É dança ou futebol?" Esta pergunta deve ter passado pela cabeça dos espectadores, entre eles Uwe Seeler, ex-craque da seleção alemã e ex-presidente do Hamburgo. Diante do cenário criado por Gringo Cárdia, o público não sabe ao certo se está num teatro ou num estádio.
Linhas brancas demarcam os limites do campo. Suspensos em cordas, os dançarinos travam duelos espetaculares, o que proporciona ao espectador uma perspectiva panorâmica do "gramado".
Na horizontal, dois times se enfrentam – há uma cena em que os atuantes formam um barreira diante de um gol imaginário. As fronteiras entre a dança e o futebol diluem-se de vez, quando as traves são empurradas para o palco, por onde alguns dançarinos são rolados como bolas.
Mais do que dança moderna
Quando um dos dançarinos começa a dar um show de dribles e embaixadas com verdadeiras bolas de futebol, o público definitivamente percebe que Maracanã não é apenas um espetáculo de dança moderna.
"No começo, achei que a idéia não só era louca, e sim perigosa", conta Colker. Mas ela aceitou a produção e passou a estudar os movimentos do futebol. "É num misto de adrenalina e tensão que ocorre a fusão entre dança e futebol", filosofa a coreógrafa.
"Futebol é mais do que uma inspiração, futebol é uma paixão para muita gente", constata Colker. O longo aplauso ao final da estréia em Hamburgo lhe dá razão. "Nós, jogadores de futebol, também dançamos no gramado", lembra Uwe Seeler.
Maracanã, uma contribuição do Brasil e da Alemanha ao programa cultural da Copa, é a maior produção da história do centro cultural Kampnagel. Em 2001, Colker fez seu début na Alemanha, levando a peça Rota ao mesmo palco.
Turnê européia
Até 5 de fevereiro, Maracanã permanece em cartaz em Hamburgo, de onde parte para uma turnê européia pelas seguintes cidades:
Na Alemanha:
Colônia: 9 a 12 de fevereiro
Lübeck: 9 e 10 de maio
Colônia: 16 a 21 de maio
Dortmund: 6 a 8 de junho
Frankfurt: 16 a 18 de junho
Ludwigsburg: 24 de junho
Innsbruck (Áustria): 28 a 30 de junho
Zagreb (Croácia): 3 de julho
Graz (Áustria): 6 e 7 de julho