Mais uma agência rebaixa nota de crédito do Brasil
23 de fevereiro de 2018A agência de classificação de risco Fitch Ratings rebaixou a nota de crédito da dívida soberana do Brasil para BB- com perspectiva estável. A nota anterior era BB com perspectiva negativa. Com o rebaixamento, o rating do Brasil foi colocado agora três degraus abaixo do grau de investimento, mantendo o país no grupo daqueles que não têm o selo de bom pagador.
Segundo a agência, o rebaixamento ocorreu em razão dos grandes e persistentes déficits fiscais e pelo peso da dívida do governo, que segue crescente, além da falta reformas que melhorem o desempenho estrutural das finanças públicas.
A Fitch citou ainda como fator para o rebaixamento a decisão do governo de adiar a votação da reforma da Previdência. "Isso representa um importante revés na agenda de reformas que mina a confiança de médio e longo prazo na trajetória da dívida pública e o compromisso político para abordar o problema", declarou a agência.
Em reposta, o Ministério da Fazenda disse que a dívida pública federal "conta atualmente com uma composição saudável, reduzida exposição cambial e baixa concentração de vencimentos no curto prazo, além de uma base diversificada de investidores para seu financiamento, o que contribui para mitigar os riscos inerentes à sua gestão".
"A Fitch reconhece que os fundamentos macroeconômicos brasileiros permitem tanto absorver choques internacionais e domésticos como garantir a sustentabilidade da dívida pública", disse o ministério.
No mês passado, a agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) rebaixou o Brasilpara três níveis abaixo do grau de investimento com perspectiva estável. Desde fevereiro de 2016, o Brasil estava enquadrado dois níveis abaixo do grau de investimento. A outra principal agência de classificação de risco, Moody's, ainda não alterou a nota do país e continua a manter o Brasil dois níveis abaixo do grau de investimento.
A classificação de risco por agências estrangeiras representa uma medida de confiança dos investidores internacionais na economia de determinado país. As notas servem como referência para os juros dos títulos públicos, que representam o custo para o governo pegar dinheiro emprestado dos investidores. O grau de investimento funciona como um atestado de que os países não correm risco de dar calote na dívida pública.
JPS/abr/efe
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