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Maioria dos ucranianos é contra ceder territórios por paz

24 de maio de 2022

Segundo pesquisa, 85% dos ucranianos rejeitam entregar áreas para a Rússia em troca do fim da guerra. Levantamento ouviu 2 mil habitantes em todo o país em meados de maio.

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Ucranianos caminham próximo a tanque russo destruído na guerra e colocado em exposição em Kiev
Ucranianos caminham próximo a tanque russo destruído na guerra e colocado em exposição em KievFoto: GLEB GARANICH/REUTERS

Um levantamento realizado por um dos principais institutos de pesquisa da Ucrânia apontou que 82% dos moradores do país são contra a cessão de qualquer parte do seu território como parte de um eventual acordo de paz com a Rússia, mesmo que isso prolongue a guerra e ofereça riscos à sua independência.

Realizada pelo Instituto Internacional de Sociologia de Kiev, a pesquisa entrevistou 2 mil moradores da Ucrânia por telefone no período de 13 a 18 de maio e foi divulgada nesta terça-feira (24/05), quando a invasão do país por forças russas completa três meses. A amostra é representativa da população e não inclui os moradores da Crimeia, ocupada por Moscou desde 2014.

Apenas 10% dos entrevistados consideram aceitável a Ucrânia ceder alguns territórios para obter a paz, e outros 8% estão indecisos. Segundo a pesquisa, entre os moradores de áreas ocupadas pela Rússia após a invasão de 24 de fevereiro, 77% se opõem a qualquer concessão de territórios.

Mapa das áreas da Ucrânia ocupadas por Moscou

O governo da Ucrânia afirmou repetidas vezes que não pretende fazer nenhuma concessão territorial à Rússia e disse que não busca no momento um cessar-fogo, apesar dos apelos dos líderes europeus, incluindo o chanceler federal alemão, Olaf Scholz, e o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi.

Mykhailo Podolyak, um dos negociadores da Ucrânia, afirmou no sábado que qualquer cessar-fogo no momento iria somente prolongar novos combates.

Na segunda-feira, o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, discursou por vídeo na abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, e pediu que países do Ocidente avancem no embargo ao petróleo russo, bloqueiem todos os bancos do país e suspendam todos os negócios com a Rússia. Ele também reiterou a necessidade de a Ucrânia receber mais armas.

bl/cn (Reuters, ots)