Reabertura
31 de agosto de 2007A maior sinagoga da Alemanha, localizada na rua Rykestraße no bairro de Berlim Mitte, foi reaberta nesta sexta-feira (31/08), após passar por uma reforma que durou dois anos. Seu interior foi parcialmente remodelado, com a instalação de réplicas de vitrais coloridos, tal como no prédio original construído em 1904.
Para domingo, está prevista a abertura do centro cultural do movimento ortodoxo Chabad Lubavitch. A cerimônia terá a presença do ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, e do ex-grão-rabino de Israel Meir Lau.
O novo centro judaico, cuja construção custou cinco milhões de euros, abriga uma sinagoga, uma área para o tradicional banho judaico, um salão de eventos e uma biblioteca. Pertencem ao local também um restaurante, um jardim-de-infância e salas de aula para uma academia judaica.
Pedras vieram de Israel
As pedras que compõem a réplica de 30 metros do Muro das Lamentações foram trazidas de Israel para a capital alemã. Em todo o mundo, o movimento ortodoxo judaico Chabad Lubawitsch mantém 3 mil centros, financiados basicamente por doações. A organização foi fundada no século 18 na cidade de Lubavitch, na atual Belarus.
Após sua inauguração, em 4 de setembro de 1904, também a sinagoga em estilo neo-românico na Rykestraße foi um centro do movimento ortodoxo, embora a comunidade judaica berlinense da época fosse de tendência liberal. Já na época, também rabinos liberais lideravam o serviço religioso na sinagoga, com capacidade para 2 mil fiéis.
Com a ascensão dos nazistas ao poder, em 1933, o templo israelita tornou-se cada vez mais importante para a comunidade judaica, que era paulatinamente segregada na vida pública. A escola primária junto ao prédio chegou a ser ampliada e foram instaladas tendas no pátio.
Último culto em 1940
Na Noite dos Cristais, em 9 de novembro de 1938, o prédio não foi incendiado como os demais estabelecimentos judeus das redondezas, para não colocar em risco as propriedades dos "arianos" da vizinhança. O local da sinagoga, no entanto, foi demolido, as Torás, profanadas, e rabinos e comunidade presos e internados no campo de concentração de Sachsenhausen. Depois do último culto, em abril de 1940, o prédio foi desapropriado e passou a ser usado pelo Exército.
Acabada a Segunda Guerra Mundial, o local serviu de abrigo para judeus sobreviventes do Leste da Europa. Também serviços religiosos começaram a ser celebrados. Aos poucos, a sinagoga tornou-se o principal centro da comunidade judaica de Berlim Oriental. Depois que tempestades destruíram o prédio, ele foi reformado em várias etapas, entre 1967 e 1978. Com mais de 12 mil membros, Berlim possui a maior comunidade judaica da Alemanha. (rw)